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De volta ao presencial, MIRADA leva para Santos e região 36 peças de 13 países

today9 de setembro de 2022 47

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Após quatro anos desde a sua última edição presencial, o MIRADA – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas está de volta a Santos. De 9 a 18 de setembro, o festival realizado bienalmente pelo Sesc São Paulo ocupa a unidade do Sesc Santos e outros locais da cidade e região com experiências cênicas de países da América Latina, da Espanha e de Portugal.

A sexta edição reúne 36 espetáculos de múltiplas linguagens em teatro, dança e performance de 13 países, além de atividades formativas, instalação interativa e encontro com programadores e diretores de festivais de artes cênicas.

Integram a programação obras vindas de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Espanha, México, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela. Há, ainda, produções nacionais de coletivos de Sergipe, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. As peças, muitas delas vistas pela primeira vez por aqui, abordam uma série de temas contemporâneos, como aspectos da colonialidade, resistência das democracias e questões ambientais.

Os ingressos estão disponíveis no portal www.sescsp.org.br/mirada, no aplicativo Credencial Sesc SP, na Central de Relacionamento Digital (centralrelacionamento.sescsp.org.br) e nas bilheterias das unidades. No Sesc Santos, a compra pode ser feita de terça a sexta, das 9h às 21h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30. As entradas variam de R$ 7,50 (credencial plena) a R$ 30 (inteira).

Neste ano, o MIRADA acontece no mês do bicentenário da Independência do Brasil e tem Portugal como o país homenageado. As oito obras lusas escaladas, além de uma coprodução luso-chilena, refletem a diversidade cênica do país e abordam criticamente os sintomas da colonização e os processos migratórios.



Em “Viagem a Portugal, última paragem ou o que nós andámos para aqui chegar”, peça que abre esta edição do festival, o grupo Teatro do Vestido parte do livro homônimo do escritor José Saramago para pensar, à luz de hoje, o país no qual a ditadura durou 48 anos.

A história portuguesa também é revisitada em “Os Filhos do Mal”, obra de teatro documental da companhia Hotel Europa. Nela, filhos, netos, bisnetos e sobrinhos de presos políticos que cresceram depois da Revolução dos Cravos, responsável pelo fim de mais de quatro décadas do regime salazarista, levam suas trajetórias para a cena.

Já “Brasa”, trabalho do artista performativo e visual Tiago Cadete, foca em grupos migratórios entre Portugal e Brasil, e “Cosmos”, das atrizes e performers Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema, de ascendências cabo-verdiana, portuguesa e angolana, respectivamente, revisita a mitologia africana para ficcionalizar o nascimento de um novo mundo afeito ao afrofuturismo.

Espetáculo: Fronte[i]ra | Fracas[s]o — Foto: Rafael Telles

Duas criações inéditas podem ser vistas durante o festival. Em “FRONTE[I]RA | FRACAS[S]O”, parceria dos grupos Teatro de Los Andes, da Bolívia, e Clowns de Shakespeare, do Brasil, artistas bolivianos e brasileiros cartografam realidades sociopolíticas locais e latino-americanas para fabular contextos fronteiriços. O espetáculo nasceu do desejo de montar uma obra compartilhada, ideia suscitada no encontro entre eles na Ocupação Mirada 2021.

Concebido na pandemia, “Erupção – O levante ainda não terminou”, é o segundo trabalho da coletivA ocupação. O grupo brasileiro leva para o palco uma cena de festa e guerra, de feitiçaria e subversão, através de uma dramaturgia coletiva que propõe um trânsito de cada corpo-memória dos performers para atravessar o tempo em busca de convocar forças, lutas e vidas ligadas às suas ancestralidades.

Bioma de maior biodiversidade do mundo, a Amazônia é mote de dois espetáculos. Idealizado pela coreógrafa espanhola Laida Azkona Goñi e o videoartista chileno Txalo Toloza-Fernández, “Teatro Amazonas” faz um inventário das violências no norte do país a partir de viagens aos estados do Amazonas e do Pará.

Dirigido pelos irmãos Heidi Abderhalden e Rolf Abderhalden, o espetáculo “La Luna en el Amazonas”, do Mapa Teatro, de Bogotá, tem sua narrativa focada na porção territorial da floresta tropical do país vizinho onde, em 2019, foi noticiada a existência de comunidades indígenas que vivem isoladas por autodeterminação.

Espetáculo: Teatro Amazonas. — Foto: Tristan Pérez Martín

Ainda que a corporeidade alicerce alguns trabalhos, a sexta edição do MIRADA também apresenta obras dedicadas à linguagem da dança. É o caso da portuguesa “Ensaio para uma Cartografia”, de Mónica Calle, e da coprodução entre Brasil e Argentina, “c h ãO”, criação de Marcela Levi e Lucía Russo.

Na primeira, a partir dos ensaios de orquestra de maestros renomados e dos movimentos do balé clássico, um grupo de atrizes dança. Já na segunda, seis performers, um deles ao piano, cruzam um emaranhado de ações como se seus corpos fossem sismógrafos.

TODOS OS PÚBLICOS E IDADES

Crianças e adultos são convidados a vivenciar uma experiência lúdico-artística com pitadas existenciais em “A Caminhada dos Elefantes”, da companhia portuguesa Formiga Atômica. O solo encenado e atuado por Miguel Fragata, com texto de Inês Barahona, narra uma história sobre a infinitude inscrita no livro da vida de cada ser humano.

Também da Península Ibérica, “…i les idees volen” (“…e as ideias voam”), do coletivo catalão Animal Religion, reconfigura o picadeiro. Delimitada no chão por uma fita luminosa, a arena é habitada por Quim Girón, que utiliza a interpretação e o movimento como recursos para interagir com a plateia.

O espaço público também vira palco e recebe os espetáculos de rua “anonimATO”, da Cia. Mungunzá de Teatro, de São Paulo, e “Mar de Fitas Nau de Ilusão”, do Grupo Imbuaça, de Sergipe.

Espetáculo: …i les idees volen. — Foto: Tristan Pérez Martín

ATIVIDADES FORMATIVAS, INSTALAÇÃO E PONTO DE ENCONTRO

Além de espetáculos, o MIRADA também reúne uma série de atividades que buscam fomentar o pensamento crítico e autocrítico, algo que sempre esteve nos caminhos do festival em suas edições. São rodas de conversa, oficinas, performances, lançamentos de livros e outras variantes de encontros abertos.

Há, também, na área de convivência do Sesc Santos, a instalação “thea²trumcorpusmundi”, que contém em seu título o anagrama de Antonin Artaud (ator, escritor e encenador francês). Concebida por Ricardo Muniz Fernandes, Christine Greiner, Ana Kiffer, Isabel Teixeira, Paulo Henrique Pompermeier e Andrea Caruso Saturnino, a experiência incentiva cada sujeito a pensar ou repensar sua ação no mundo.

Abertura Formativas: Djamila Ribeiro. — Foto: Flavio Teperman

A área de convivência do Sesc Santos também se transforma em espaço extensivo de fruição artística para o público nas noites do festival. Após as sessões dos espetáculos acontecem intervenções artísticas, discotecagens e shows pensados para celebrar a diversidade e convidar à troca de ideias.




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Por: G1

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