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Delegado quer ex-presidente do Santos fora de prisão da Polícia por temer ‘queima de arquivo’; defesa é contra transferência; VÍDEO

today19 de janeiro de 2023 25

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Recentemente, ao ser interrogado por promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), Rollo disse ter informações sobre o tráfico internacional de drogas e que pretende colaborar com as investigações. O depoimento foi obtido pela TV Tribuna, afiliada da Globo. (veja o vídeo abaixo)

“Tenho informações sobre tráfico de drogas, tráfico internacional de drogas envolvendo outras questões. Quero muito colaborar, mas como eu e meu defensor tivemos acesso ao que consta nos autos, eu prefiro permanecer em silêncio, mas estando à disposição para colaborar quando for necessário”, disse Rollo.

“Não existe unidade prisional no estado de São Paulo ou no país que possa dar a segurança necessária. Porque em todas as unidades prisionais não especializadas, como o presídio da Polícia Civil ou da Polícia Militar, há pessoas ligadas ao crime”, ressaltou Ochsendorf



Defesa de ex-presidente do Santos quer evitar que ele seja transferido para cadeia comum

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O delegado do presídio apresentou o pedido por e-mail ao juiz da 5ª Vara Criminal de Santos. No documento, ele alega que existem “vários boatos de resgate para ‘queima de arquivo”, o que teria gerado “inquietação no público interno e preocupação para esta administração”.

Ele ressaltou, ainda, que a unidade não conta com estrutura de segurança máxima, ou seja, “sem condições de eventual enfrentamento diante de organizações criminosas com alto poder bélico”, e sugere a transferência para uma “unidade prisional adequada, que ofereça a segurança que o caso requer”.

Em nota, o Ministério Público informou que não se opôs ao pedido de transferência, alegando que trata-se de uma decisão administrativo, e que o diretor do presídio e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) teriam melhores condições de avaliar a necessidade da medida, resposta semelhante a decisão da Justiça de Santos da última quinta-feira (12).

Na decisão, a juíza da 5ª Vara Criminal da Comarca de Santos, Luciana Cactello Chafick Miguel, diz que a transferência de presos entre estabelecimentos prisionais é uma decisão administrativa, e deve ser avaliada de acordo com a conveniência das secretarias de governo do estado “que possuem melhores condições técnicas e organizacionais para realização do ato de modo mais seguro e eficaz”.

Ainda segundo a decisão, a juíza afirmou que não tem condição de verificar a gravidade as ameaças de resgate, sendo a diretoria do estabelecimento prisional a autoridade competente para a decisão. “Tampouco a capacidade de defesa do estabelecimento prisional em caso de ação por parte de organização criminosa”.

Ochsendorf considerou a decisão da Justiça favorável e afirmou que monitorará a questão da transferência com a SSP, além de pretender a solicitação da retomada do sigilo dos autos do processo. “Porque a quebra do sigilo dos autos está colocando em risco a família, está colocando em risco os policiais e está também colocando em risco a busca da verdade real para atingir a Justiça”.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) decretou a prisão preventiva de Orlando Rollo em dezembro de 2022. O Juiz da 5ª Vara Criminal da Comarca de Santos, Walter Luiz Esteves de Azevedo, também decretou a prisão preventiva de outros agentes da polícia civil suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas e crimes contra administração pública: Joaquim Carlos de Freitas Bonorino Filho, Marcelo Silva Paulo e Ricardo de Almeida Razões.

Também foi decretada a prisão preventiva de João Manoel Armôa Junior, advogado criminalista que está preso provisoriamente, desde setembro, e é tido como a ponte entre os traficantes e os policiais para o pagamento de propina pela liberação da droga apreendida.

João Manoel Armôa (à esq), que está preso desde setembro, é tido como a ponte entre os traficantes e Rollo (à dir) e demais policiais para o pagamento de propina pela liberação da droga apreendida — Foto: Acervo A Tribuna Jornal

Vinicyus Soares da Costa, mais conhecido como Evoc, e que seria o principal cliente de Armôa é apontado como líder da facção criminosa na região, e também entrou na lista para ser preso preventivamente. O último nome é o de Tiago Lima Gregório, apontado pela polícia como o proprietário do caminhão que transportava as drogas.

No documento despachado e assinado por Azevedo, o magistrado afirma que os crimes são de ‘imensa gravidade’ e que a quantidade de drogas é ‘impressionante’. “Um lote de 790 quilos de cocaína é capaz de infelicitar um número gigantesco de pessoas e famílias”.

O juiz destacou também que que há indícios de que os agentes do Estado, pagos com o dinheiro público, se voltaram contra a sociedade e usavam os recursos públicos, inclusiva uma sala do 3º Distrito Policial (DP) para praticar os crimes.

Orlando Rollo, ex-presidente do Santos e investigador da Polícia Civil, foi detido em operação do GAECO — Foto: Reprodução/TV Tribuna

Ainda de acordo com a apuração, as eventuais ações criminosas começaram a ser investigadas em agosto deste ano, quando os citados policiais oficializaram a apreensão de 168 quilos da droga, que pertencia à própria facção, e estaria escondida em um caminhão, na Ilha Barnabé, na margem direita do porto organizado de Santos.

Cocaína apreendida por equipe de Rollo e demais investigadores seria apenas uma fração da carga interceptada e liberada à facção — Foto: Reprodução/TV Tribuna

O volume de droga, porém, seria superior ao apresentado na delegacia – a reportagem não teve acesso à quantidade desviada, se foi negociada em troca de propina e os valores obtidos de forma ilícita. Sabe-se, no entanto, que a cocaína abasteceria os pontos de tráfico no Morro do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ).

O advogado de Rollo e dos outros três agentes, Armando de Mattos Júnior, alegou à época que os clientes são inocentes. “São policiais antigos, de boa conduta, conhecidos na comarca e são policiais trabalhadores”, disse após as prisões.

Orlando Rollo nasceu em Santos, se formou em Direito, tem tecnólogo em Segurança Pública e atua como investigador da Polícia Civil de São Paulo desde 2002.

Sócio do Santos desde 1993, ele foi conselheiro do clube por sete mandatos, entre 1999 e 2014 e de 2017 e 2020. Na eleição para a presidência do Peixe de 2014, ele foi o quarto colocado. Em 2017, ele foi eleito como vice na chapa encabeçada por José Carlos Peres. Substituto de José Carlos Peres, que sofreu impeachment, ele esteve no cargo por três meses. Em janeiro, o eleito Andres Rueda assumiu.

Na área do futebol, ele faz um MBA em Marketing Esportivo e Psicologia do Esporte, tem curso de Gestão Estratégica de Esportes pela FGV e faz o curso oficial de Gestão de Futebol da CBF Academy. Ele também tem três especializações na área de administração esportiva pela UniBF (PR).

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Por: G1

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