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Dois policiais da Rota viram réus na Operação Escudo acusados de matar homem desarmado e plantar pistola na cena do crime

today24 de abril de 2024 3

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Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), na noite de 29 de julho de 2023, os policiais militares Rafael Perestrelo Trogillo e Rubem Pinto Santos mataram Jefferson Junio Ramos Diogo, de 34 anos, em uma favela localizada na Rua Quatro, número 1, em Guarujá.

À época da morte, pessoas próximas disseram ao g1 que Jefferson era dependente químico e vivia em situação de rua.

Jefferson Junio era dependente químico e vivia em situação de rua, segundo pessoas próximas — Foto: Arquivo Pessoal



O g1 questionou a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, administrada pelo ex-PM de Rota Guilherme Derrite. Segundo a pasta, os policiais foram afastados das atividades operacionais e passaram a atuar em funções administrativas, conforme determinação judicial (leia a íntegra da nota no final da reportagem).

Os PMs alegaram que Jefferson apontou arma para os policiais e que, por isso, dispararam 11 vezes e o atingiram. Após baleado, ainda segundo os policiais, Jefferson fugiu e, ao ser encontrado novamente, ainda portava a arma. Um dos policiais, então, efetuou mais 4 disparos. Depois, os PMs afirmam ter apreendido com ele uma pistola .40 com 8 munições, um carregador de pistola 9mm e porções de drogas em uma mochila.

Laudo necroscópico obtido pelo g1 aponta que Jefferson levou quatro tiros – um no queixo, um na coxa esquerda; um no braço direito e um nas costas.

Câmeras dos PMs registraram ação com diálogos forjados, segundo o MP — Foto: Reprodução

Segundo o MP, entretanto, Jefferson estava desarmado e os PMs sabiam disso. Por isso, para evitar a responsabilização, “realizaram gestos dissimulados e diálogos referentes à arrecadação de uma pistola, posteriormente apresentada à Autoridade Policial [Polícia Civil]”.

“Os denunciados, mesmo com câmeras operacionais, não hesitaram simular a apreensão de uma pistola ao lado do corpo de vítima que, em verdade, estava desarmada”, diz trecho da denúncia apresentada pelo Ministério Público obtida pelo g1.

Ainda de acordo com a denúncia, para evitar que a câmera corporal registrasse que Jefferson estava desarmado, o policial Rubem Pinto Santos se colocou e lado para a cena.

O g1 acionou a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo e tenta contato com os advogados dos PMs.

Afastamento para trabalho administrativo

Em decisão, o juiz Edmilson Rosa dos Santos recebeu a denúncia do Ministério Público de São Paulo e determinou o afastamento dos PMs Rafael Perestrelo Trogillo e Rubem Pinto Santos.

A Justiça definiu que os policiais da Rota devem sair da atividade operacional nas ruas para cumprir trabalho administrativo enquanto respondem à acusação.

Para o magistrado, afastar a dupla da rua é “medida cautelar que se mostra proporcional e razoável para evitar-se quaisquer eventuais alegações de temores de retaliações testigos ou de pessoas ligadas ao caso ou a localidade que se deram os fatos”.

Escudo foi o nome dado pelo governo de São Paulo à operação realizada entre julho e setembro de 2023 na Baixada Santista após a morte um policial militar na região.

Durante a operação, 28 pessoas foram mortas.

Em 2024, com novas mortes de PMs na região, o governo voltou a realizar operações na Baixada – desta vez, batizadas de Verão. Na que vigiu entre 3 de fevereiro e 1º de abril, 56 pessoas foram mortas em ações policiais.

À época, entidades de direitos humanos denunciaram na Organização das Nações Unidas (ONU) o governador Tarcísio e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite. Tarcísio rebateu:

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, disse o governador.

“Todas as circunstâncias dos fatos foram apuradas por meio de Inquérito Policial Militar (IPM) e o procedimento foi remetido à Justiça Comum em outubro de 2023. As imagens das câmeras corporais foram encaminhadas em sua integralidade ao Ministério Público. Os policiais foram afastados das atividades operacionais e passaram a atuar em funções administrativas, conforme determinação judicial.”




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Santos.

Por: G1

Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.

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