Referência internacional em estudos sobre a sociologia do trabalho, ele tem dezenas de títulos publicados na Itália — mais de dez deles foram traduzidos para o português. Seu best-seller é “Ócio Criativo”, lançado em 2000, no qual defende que o tempo livre, ao contrário do senso comum, não é algo necessariamente negativo, porque pode estimular a criatividade pessoal.
Em 2013, escreveu o livro “O Futuro Chegou”, em que analisa a sociedade e a cultura brasileira ao fazer uma comparação com a estrutura de outros países.
O pesquisador chegou a estudar as obras do sociólogo e historiador Sérgio Buarque de Holanda, do antropólogo e político Darcy Ribeiro e do escritor e sociólogo Gilberto Freyre, entre outros.
Ele também gostava de Carnaval — chegou até a ir ao Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. De Masi, inclusive, ganhou o título de cidadão honorário da cidade.
Além disso, era amigo próximo do jornalista Roberto D’Avila. Em entrevista à GloboNews, o brasileiro lamentou a morte do sociólogo. “Uma das pessoas mais completas que eu conheci. Como ser humano, como homem de letras. Mas, acima de tudo, como ser humano”, disse ele.
Relembre outros momentos dos laços do pensador com o Brasil
Sociólogo Domenico de Masi em visita ao Brasil em 2019 — Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
2022 – O jornalista Roberto D’Ávila entrevistou o sociólogo italiano sobre como será o futuro do trabalho. A reportagem foi exibida em 13 de dezembro.
2019 – De Masi visitou em abril o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cadeia em Curitiba (PR).
No Rio de Janeiro (RJ), ele lançou o livro “Uma simples revolução”, durante um evento na Casa Firjan. A obra apresenta um panorama histórico da evolução do conceito de trabalho e é uma continuidade de suas reflexões sobre o “ócio criativo”, conceito que ganhou centralidade em um best-seller de 2000.
De Masi apresentou as proposições de sua obra “Uma simples revolução” na Firjan — Foto: Firjan/ Reprodução/ Youtube
2018 – Em Florianópolis (SP), o sociólogo disse que o turismo no Brasil tinha um grande potencial pelas características da natureza e do povo brasileiro, mas fez importante alerta sobre a falta de segurança no país.
“O Brasil, apesar de deprimido, continua o povo menos infeliz do mundo”, citou na época.
Ao falar sobre o livro “O Ócio Criativo”, em que escreveu que o brasileiro aprendeu muito com os indígenas sobre o ócio, de Masi apontou que o Brasil reúne uma grande riqueza de culturas diferentes.
“Algumas áreas, como o Estado de São Paulo ou a Barra da Tijuca, no Rio, são mais americanizadas, e o tempo é vivido segundo os modos industriais: com grande estresse e horas extras no trabalho. Outras áreas, como a Bahia e Recife, estão, ainda hoje, vinculadas a modelos de vida que refletem uma grande influência indígena e africana. Mas em geral o Brasil conserva uma visão equilibrada do tempo, onde trabalho e lazer têm igual importância. Este é um sinal positivo de sabedoria”.
2013 – Participou da primeira edição do “Refletir Brasil – Diálogo com a Brasilidade”, em Paraty (RJ). À época, o evento reuniu intelectuais e lideranças em mesas temáticas sobre cultura, educação, economia, criatividade e sustentabilidade.
2010 – Recebeu o título de cidadão honorário do Rio de Janeiro, como recompensa a seu amor pelo Brasil.
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