Ônibus saindo da garagem da Otrantur para atender à determinação judicial durante greve — Foto: Carlos Abelha/g1
A Otrantur, empresa responsável pelo serviço de transporte público de São Vicente, no litoral de São Paulo, tenta reverter o processo da rescisão contratual iniciada pela prefeitura. Enquanto isso, a greve dos motoristas chega ao 10º dia nesta segunda-feira (11) e apenas uma parte dos ônibus circulam pela cidade.
O diretor operacional da Otrantur, Omar Rodrigues, afirmou ao g1 que os advogados da empresa trabalham para reverter o processo de rescisão contratual. “Por enquanto, eles estão analisando todos os documentos, mas devemos ter uma nova posição até o fim de semana”, disse.
Segundo a prefeitura, a rescisão ocorre diante de todas as violações contratuais identificadas em uma diligência realizada pelo Departamento de Trânsito da Secretaria de Defesa e Ordem Social (Sedos) na sede da empresa.
Conforme publicado no boletim oficial do município, o prefeito Kayo Amado (PODE) assinou o decreto nº 5871, determinando a rescisão de contrato com a Ontratur, e a exigência de que os serviços sejam mantidos por 30 dias, para garantir que a população não fique sem o transporte público.
A decisão pelo movimento grevista foi tomada no dia 23 de junho, durante assembleia na sede do Sindicato. No dia 1º de julho, os funcionários da empresa deflagraram uma greve geral para reivindicar o pagamento dos salários e benefícios em atraso. Após parte dos salários terem sido pagos, a categoria decidiu que a greve geral passaria a ser parcial.
Uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou a circulação de 70% da frota nos horários de pico, ou seja, das 6h às 9h e das 16h às 19h, e 50% nos demais períodos. A Otrantur possui 32 ônibus para a circulação na cidade, sendo que 22 devem percorrer a cidade em horários de pico e 16 nos demais.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Santos e Região (Sindrod), somente 12 ônibus circulam nesta segunda-feira (11). Ainda de acordo com o Sindrod, o número limitado de veículos nas ruas não acontece por falta de mão de obra devido à greve. Eles afirmam que a empresa não consegue veicular sequer 50% de carros porque há veículos quebrados e sem combustível.
O Sindrod ainda afirmou que os 22 trabalhadores escalados compareceram nesta segunda-feira à garagem da empresa. Porém, alguns deles não saíram por falta de carros disponíveis. Segundo ele, a empresa só cumpriu a liminar à risca no 1º dia após o acordo.
O diretor operacional da Otrantur negou que somente 12 carros estivessem em funcionamento nesta segunda-feira. “Neste momento, nossa frota operacional é de 16 veículos cumprindo a liminar de 50%”, afirmou. Rodrigues explica que a frota cumpre tabela e, em alguns horários os veículos são recolhidos.
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