Preso em 2019, Lamego é apontado como um dos responsáveis pelo envio de 760 kg de cocaína à Europa pelo Porto de Santos, no litoral de São Paulo. A decisão pelo monitoramento eletrônico é da 5ª Vara Criminal do citado município, e a colocação foi feita na última sexta-feira (9). O empresário deve permanecer com a tornozeleira por pelo menos 180 dias.
Conforme relatado no documento, obtido pelo g1, Lamego tem a permissão para sair de casa apenas para trabalhar, atividade que acontece de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h30. Ao sábados, domingos e feriados deve permanecer recluso. Porém, no último dia 30 de julho, um sábado, uma oficial de justiça constatou que ele não estava em casa.
A defesa do empresário comprovou à Justiça que, na ocasião, ele deixou a residência para ir a um hospital em Santos (SP), uma vez que estava sentindo “cefaléia [dor de cabeça] e perda de paladar”. Entretanto, de acordo com o documento, o período de cerca de três horas de ausência não condiz com o deslocamento à unidade de saúde, que fica a menos de dois quilômetros da residência.
“Estamos em prazo recursal, levando ao Tribunal Regional Federal (TRF) essa discussão de que não houve uma falta grave. Na verdade, foi uma força maior. Uma causa, portanto, superveniente [acontece depois]. A pessoa estava doente, o que foi comprovado por atestado, e isso o levou a sair de casa”, explicou o advogado Ricardo Ponzetto.
Bruno Lamego e Neymar Jr.
Questionado pelo g1 sobre o registro fotográfico de Bruno Lamego e Neymar Jr., o advogado do empresário comentou que houve contato e amizade entre os dois, mas que a relação teria sido rompida após a condenação.
O que existia, na verdade, é que o Bruno teve, no passado, uma convivência social [com Neymar], mas absolutamente num contexto de amizade. Na atualidade, desde o processo criminal, acho que houve até a ruptura dessa amizade.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do jogador em busca de mais detalhes sobre o assunto, mas não recebeu um retorno até a última atualização desta matéria.
O carregamento de 760 kg de cocaína foi interceptado no Porto de Santos em fevereiro de 2017, durante operação da Receita Federal, que localizou 27 bolsas com tabletes da droga em dois contêineres com fubá de milho. Ninguém foi preso na época.
Uma investigação foi aberta pelas autoridades federais para determinar possíveis envolvidos na ação criminosa, que foi desmantelada ainda no início. Apontado como um dos responsáveis pelo carregamento, Bruno foi localizado no apartamento dele, no bairro Aparecida, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva autorizados pela 5ª Vara Federal de Santos.
Empresário é preso pela Polícia Federal suspeito de enviar 760 Kg de cocaína para a Europa — Foto: g1 Santos
Os investigadores identificaram que Bruno utilizou nomes fictícios para simular as negociações da compra de sacas de fubá de milho, que seriam despachadas ao Porto de Antuérpia, na Bélgica. A aquisição da mercadoria, na verdade, tinha por objetivo ocultar o carregamento de cocaína e, assim, despistar a fiscalização no cais santista.
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