Um cativeiro onde dois casais foram mantidos presos por uma quadrilha de bandidos durante sequestro em Cubatão (SP), enquanto familiares faziam transferências bancárias ao grupo em busca da liberação dos parentes, foi usado para o mesmo crime há aproximadamente dois meses. Ao g1, um empresário do município, de 47 anos, revelou ter identificado, a partir das imagens exibidas pela reportagem, o espaço onde esteve sob a vigilância de 11 homens armados por mais de 24 horas.
De acordo com a Polícia Civil, trata-se de uma área de mata no bairro da Mantiqueira, onde estão localizadas pequenas casas de madeira com cadeados na porta. O empresário foi sequestrado no dia 1º de novembro de 2022, após ser ‘enganado’ pelos bandidos que se passaram por ‘homens de negócios’ e, por meio do WhatsApp, o convenceram a participar de uma suposta reunião.
O homem alegou ter se encontrado com um ‘motorista’ do grupo na entrada de uma empresa petrolífera no município, ainda pensando se tratar de um convite amigável para a reunião, quando, de repente, foi colocado à força em um carro e levado ao local das casas de madeira.
Um Boletim de Ocorrência (BO) sobre o caso, obtido pelo g1, aponta que a família dele transferiu R$ 11 mil aos criminosos, embora a vítima alegue ter perdido aproximadamente R$ 200 mil em transações.
“Minha vida ficou destruída. Não volto para casa desde então. Tenho acompanhado outros casos no mesmo lugar. Provavelmente é a mesma quadrilha. Depois disso tudo isso, ainda recebi ameaças de morte dos bandidos pelo celular”, desabafou o empresário.
Estrada que dava acesso ao cativeiro onde os casais ficaram presos em Cubatão — Foto: Nina Barbosa
O empresário afirmou que, por ter nascido em Cubatão, pode identificar com facilidade o caminho que da acesso à casa que serve de cativeiro. “Conheço tudo aqui. Trilhas, matas, tudo. Sei exatamente onde eu estava e, a reportagem [em vídeo], mostrou onde ‘desembarquei’ do carro. Sei voltar lá e mostrar exatamente o local“.
A vítima acrescentou que, mesmo encapuzado, descobriu que se tratavam de aproximadamente 11 bandidos envolvidos no sequestro – sendo dois deles presos na sequência – a partir da contagem dos pés. “Estava de cabeça abaixada, mas consegui contar”.
“Ameaçavam cortar um dedo, orelha ou até me matar. Diziam que a minha esposa precisava colaborar [com as transferências bancárias] e que eu teria dinheiro em casa. Me mostraram vídeo do meu filho chegando da escola e disseram: ‘Esse é seu filho, correto? Colabora que nada vai acontecer'”, lembrou o empresário, que acredita no vazamento de informações por pessoas próximas.
O sequestro acabou aproximadamente 24h depois. A vítima contou que foi localizado pela corporação por meio do aparelho celular. “Eu estava naquele cativeiro, e o meu celular foi levado para a comunidade da Vila Esperança, também em Cubatão. A polícia pressionou lá, e então partiu a ordem [de um grupo criminoso no local] para eu ser liberado. Fui deixado sozinho em uma estrada da região”.
Dois casais foram sequestrados por criminosos armados com fuzis na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, na altura de Cubatão (SP). A quadrilha abordou as vítimas com um carro com giroflex e levou os casais para um cativeiro, onde ficaram durante todo o dia. Eles foram obrigadas a realizar transferências via PIX e foram liberados. Ninguém ficou ferido.
Os casais, que não se conheciam, foram abordados pela mesma quadrilha, mas em momentos diferentes. De acordo com a Polícia Civil, as vítimas são dois homens de 33 e 39 anos e duas mulheres de 22 e 32.
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