Profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de São Vicente, no litoral de São Paulo, que foram encaminhados para São Sebastião com objetivo de auxiliar no atendimento das vítimas do temporal, que atingiu a cidade no final de semana do carnaval, relataram um ‘cenário de guerra’ na cidade.
Segundo a Prefeitura de São Vicente, o coordenador médico Vandré Roma; o coordenador de frota Edner Fernandes; a enfermeira Silvia Letícia e o técnico de enfermagem Raphael de Lima atenderam ao pedido de ajuda das autoridades de São Sebastião e não pensaram duas vezes em auxiliar.
“Houve a preocupação de que a nossa ida até São Sebastião não prejudicasse o atendimento do Samu aqui em São Vicente. Conversamos com nossos colegas, remanejamos plantões e, com a segurança de que o cidadão vicentino não ficasse desguarnecido, seguimos rumo ao local da tragédia”, disse o coordenador médico Vandré Roma.
Segundo ele, no trajeto até o Litoral Norte a equipe deparou-se com barreiras caídas na estrada, máquinas trabalhando e vários trechos perigosos, em que era possível passar apenas um carro por vez. “Uma viagem que normalmente demora três horas, levamos sete para concluir”.
Roma descreveu que, ao chegar em São Sebastião, a equipe teve a impressão de que o morro havia trocado de lugar com a cidade. “Tamanho era o volume de lama que havia invadido as ruas e as casas”.
A equipe, que ficou concentrada na Vila do Sahy – região mais afetada pelas chuvas e deslizamentos, realizou cerca de 200 atendimentos nas primeiras 24h, desde auxílio no resgate de pessoas ilhadas em telhados, passando pelo socorro de mulheres grávidas e pessoas idosas com dificuldade de locomoção.
Funcionários do Samu de São Vicente foram encaminhados para São Sebastião com objetivo de auxiliar no atendimento das vítimas do temporal — Foto: Prefeitura de São Vicente/Divulgação
O coordenador de frota Edner Fernandes destacou que precisaram focar no trabalho de socorro, mas que, por várias vezes, desempenharam papel de psicólogos, pois as pessoas estavam abaladas e precisavam desabafar. “Crianças estavam com medo que o teto de uma escola desabasse, estivemos ao lado de familiares que faziam o reconhecimento dos corpos. Foram momentos bem difíceis”.
Já a enfermeira Silvia relembrou que havia trabalhado nas tragédias que atingiram a Baixada Santista em março de 2020. “A experiência de São Sebastião foi tão difícil quanto a catástrofe de Guarujá, onde atuei mais especificamente. Trago muitas lições, entre elas, a de confiar nas pessoas cada vez mais, pois ainda existe muita gente boa no mundo”.
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G1 Santos.
Por: G1
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