Falta de higiene, medicamentos fora de hora e déficit no quadro de profissionais. Estas são algumas denúncias feitas sobre o Hospital Regional Jorge Rossmann (HRJR), em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Segundo Luana Ramos, historiadora, de 39 anos, que acompanha a recuperação do pai, Luiz da Silva, de 64 anos, internado após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), “o negócio está feio”. Em resposta, o HRJR negou as alegações e afirmou que “preza pela humanização no atendimento”.
Luana conta que o pai deu entrada na no hospital no dia 13 de maio e precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ficando até o dia 17. Porém, no dia 19 precisou retornar à UTI, sendo transferido para o leito de enfermaria na segunda-feira (30).
A filha conta que Luiz foi cuidado, recebeu alta da UTI após cerca de dez dias, mas as preocupações com a saúde do pai aumentaram. Entre as queixas estão a demora com os cuidados essenciais e o déficit de funcionários.
“Estou no quarto com meu pai e o negócio está feio. Eles demoraram mais de uma hora para trocá-lo [mudar a roupa]. Ele acabou ficando assado, o que causou muito desconforto”. Luana ressalta que o problema não se restringe à falta de higiene: “[O pai] tirou a sonda de alimentação e passou horas sem receber alimentação via sonda”, afirma.
Ela lembra, ainda, que nenhum médico a procurou na terça-feira (31) para falar sobre o estado clínico do pai, e que, na quarta-feira (1) pela manhã era para ter recebido uma medicação, que foi administrada só na quinta-feira (2), quando recolocaram a sonda de alimentação.
Luana ressalta que as críticas são voltadas à administração do hospital, uma vez que cita observar um déficit de profissionais. “Não é má vontade dos funcionários, mas eles não têm tempo de fazer o serviço porque atendem muitos pacientes”, justificou.
Ela afirma que, ainda durante o tratamento, o pai desenvolveu uma inflamação nos brônquios. “A inflamação foi por ele engolir saliva e ela não ter ido para o estômago e sim para os brônquios”, afirmou a filha.
Em contato com a secretaria Estadual de Saúde, eles não confirmaram sobre a inflamação, pois, segundo a pasta, dados relacionadas à saúde não são informados por “questão legal”
Banho fora de hora e falta de higiene
A filha do idoso também se diz preocupada com os horários dos banhos, que, segundo ela, acontecem muito tarde ou de madrugada, como já aconteceu, à 1h20. “Absurdo essa hora darem banho em um paciente que não faz três dias que saiu da UTI e que estava com inflamação nos brônquios”, desabafa.
Luana também diz que falta mais atenção dos profissionais na hora de limpar e trocar os pacientes que usam fraldas. “Avisei [a um profissional do hospital] que o moço ao lado [de Luiz] defecou e a fralda abriu. Ficou um cheio horrível. Não dava para ficar lá dentro, mas foram atender o outro quarto”.
Ela revela ter ocorrido um problema semelhante com Luiz, que estava com sonda uretral e ficou mais de um dia sem urinar. Acontece que, quando o paciente urinou, o volume transbordou e “demoraram mais de uma hora para limpá-lo e trocá-lo”, disse.
Na última quinta-feira (2), Luana decidiu relatar os problemas à ouvidoria do hospital e pedir melhores condições para o tratamento do pai.
Íntegra da nota da Secretaria Estadual de Saúde
O Hospital Regional Jorge Rossmann informa que acompanha o paciente com equipe multiprofissional e presta toda assistência necessária a seu caso. A unidade preza pela humanização do atendimento e segue todas as normas do Conselho Federal de Enfermagem, incluindo o número de funcionários para o melhor acolhimento da população. O Hospital à disposição do paciente e família para mais informações.
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