A profissional ressalta que, assim que uma pessoa é ferroada, ela sente dor e há vermelhidão no local, principalmente por conta da liberação de toxinas. Além disso, também pode ocorrer infecção por conta de microrganismos marinhos e bactérias.
Andréa ressalta que a vítima e as pessoas próximas devem manter a calma e não tentar retirar com o espinho com as mãos. “O manuseio incorreto pode piorar a lesão. É importante manter o membro acometido protegido e em repouso, e procurar imediatamente o serviço de saúde”.
A infectologista explica que na unidade de saúde é feita uma limpeza com soro fisiológico na área lesionada e a remoção do espinho, com ou sem anestesia local.
Andréia diz, ainda que o paciente pode ou não passar por ultrassonografia para checar se eventualmente pedaços do ferrão tenham ficado em camadas mais profundas da pele. Após estes procedimentos, de acordo com ela, é necessário deixar o ferimento sem sutura sempre que possível.
A médica explica que devido à provável exposição a microrganismos e bactérias, os pacientes costumam ser medicados com antibióticos. Por isso, afora a avaliação inicial no PS, é indicada uma avaliação com especialista, principalmente, caso a vítima tenha doença no fígado, doença crônicas ou seja imunocomprometida.
“[É importante] para o acompanhamento da evolução da lesão e demais condutas, que incluem, por exemplo, a revisão da vacina de tétano, se estiver desatualizada”, explicou.
Ferrão com 7 cm de peixe bagre ficou preso no pé de Alexandra Bolonha, de 11 anos — Foto: Arquivo pessoal
Em casa, após o atendimento médico, a recomendação da especialista é lavar o ferimento com água corrente e sabonete neutro. “Não é necessário, a princípio, o uso de pomadas ou outras medicações locais. Manter o ferimento sempre limpo e seco é o mais importante”, ressaltou.
Caso o local permaneça inchado, deve ser realizada uma compressa com água quente por 30 minutos a uma hora e meia, ou até quando a pessoa suportar. Deve-se, no entanto, ter cuidado para evitar queimaduras.
Andréa acrescentou que este procedimento também reduz a dor e melhora a degradação das toxinas.
Ao g1, Sidineia Bolonha, de 38 anos, contou que a filha, Alexandra Bolonha, de 11, bateu o pé no ferrão de um peixe bagre que estava morto, e o espinho ficou cravado inteiro no membro. De acordo com a turista, que mora em Cesário Lange, no interior de São Paulo, e passava as festas de final de ano no litoral paulista, os bombeiros cortaram o ferrão bem próximo à cabeça do peixe e levaram a menina ao PA.
Segundo a mãe da vítima, uma médica cirurgiã realizou um pequeno corte para ter espaço para o ferrão sair. A menina foi medicada e continua o tratamento em casa. De acordo com Sidineia, o pé de Alexandra está inchado, mas a menina se recupera bem e já voltou a caminhar.
Alexandra precisou de cadeiras de rodas para sair do hospital em Ilha Comprida, estava com dor e com o pé anestesiado — Foto: Arquivo pessoal
Ao g1, o biólogo Eric Comin explicou sobre os riscos de ser ferroado por um peixe bagre. Segundo o profissional, esta espécie é ‘extremamente’ comum em toda a costa brasileira e os acidentes acontecem com muita frequência.
De acordo com ele, os bagres possuem uma bolsa de veneno e, quando o animal espeta a vítima, a substância é ‘imediatamente inoculada’ [passa para o corpo]. Ele acrescentou que o veneno pode causar uma dor intensa na vítima, que pode durar horas, causar inchaço no local, febre e até necrose.
“O espinho é extremamente duro e, mesmo se o animal estiver morto, vai entrar e causar problemas. O grande problema desse esporão é que ele é totalmente serrilhado e, sendo assim, ele entra com facilidade, mas, na hora de sair, pode dilacerar a pele. Além da questão do veneno, tem também os microrganismos e as bactérias que ficam nesta região do peixe. Por isso, é necessário procurar atendimento médico com urgência”, ressaltou.
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