Trabalhadores da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC), no litoral de São Paulo, passaram mal após ingerirem comida estragada durante o expediente em restaurantes da empresa. Segundo apurado pelo g1, nesta sexta-feira (24), a má qualidade do alimento foi denunciada ao Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP), que acionou a Petrobras para cobrar uma atitude.
O problema ocorreu nos restaurantes do Centro Administrativo (Cead) e Centro de Controle Integrado (CCI). De acordo com a denúncia de funcionários, ouvidos pelo Sindicato, carne estragada com mau cheiro e moscas foi servida nas dependências da unidade. Após consumirem a proteína, alguns deles precisaram ser encaminhados à enfermaria.
Segundo um funcionário terceirizado da refinaria ouvido pelo g1, que preferiu não se identificar, a má qualidade da comida não é uma novidade. Ele já passou mal três vezes ao comer a carne cozida servida. Em uma delas, ele teve sintomas como dor de cabeça “insuportável”, diarreia e vômito.
“Eu posso afirmar por mim mesmo que não aconteceu só uma vez. E, outros colegas também passaram pela situação. Mas, levamos isso ao nosso gerente e não deu em nada”, lamentou ele, que informou ter passado mal pela primeira vez no ano passado.
De acordo com ele, a situação é recorrente, mas só veio à tona porque desta vez foi um funcionário contratado que denunciou. Na segunda e na terceira vez, em que apresentou os sintomas, ele optou por procurar atendimento em um hospital particular da cidade.
O Sindipetro-LP afirma que não tolerará negligência na alimentação dos funcionários, cuja qualidade é assegurada no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e respaldada pela lei 5811. Para o sindicato, a situação pode se caracterizar como sabotagem, já que os trabalhadores acabam preferindo se alimentar por conta própria.
Ao g1, o coordenador-geral do Sindipetro-LP, Fábio Mello, afirmou que a Petrobras assumiu o compromisso de reforçar os métodos de controle e processamento para garantir os direitos de alimentação dos funcionários com a devida qualidade. Ele considera que o problema “já foi resolvido”. O funcionário ouvido pelo g1, por outro lado, afirma que não houve melhorias.
Procurada, a Petrobras informou que houve a comunicação de um funcionário, na segunda-feira (20), sobre a textura e o sabor da proteína servida no restaurante. A proteína foi recolhida “de forma preventiva” e substituída do cardápio. Uma amostra foi enviada para análise laboratorial externa.
De acordo com a petroleira, não houve distúrbios alimentares com empregado próprio ou colaborador contratado. A Petrobras afirma que a fiscalização do serviço de alimentação é realizada conforme os padrões vigentes da Anvisa e reforça o compromisso “com a atenção total às pessoas e respeito às normas e leis vigentes”.
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