Ele vem de uma trajetória profissional de 34 anos atuando no setor de segurança. “Iniciei como oficial de Polícia do Exército em São Paulo e, há 14 anos, fundei a Yamam com a proposta inovadora de reunir sócios especialistas em diferentes áreas”, conta.
Seu maior desafio nesse momento foi vencer o frio na barriga, que sentia por ele mesmo, pela esposa e as duas filhas pequenas. “Montei a empresa em abril e, em dezembro, meu irmão e sócio André veio para ser operacional. Ele tem 30 anos de experiência e treinamentos em Israel (de onde vem o nome da companhia), e também nos Estados Unidos, na SCI e na SWAT. É ele quem lida no dia a dia com os clientes. Marcus é do comercial, eu sou administrativo e financeiro”, esclarece.
Capacitação e treinamento constante fazem parte da agenda dos profissionais Yamam — Foto: Divulgação
Freire é especialista em finanças pela Faculdade Getulio Vargas (FGV), com especialização na University of California, Irvine (UCI). Valim é formado em Direito, mas também passou pela carreira militar. A metodologia única da Yamam consiste em tratar mão de obra e tecnologia como aspectos complementares do negócio. “Fomos procurando no mercado soluções para unir os dois, um controlando o outro. Entendemos que mão de obra sozinha não funciona e vice-versa, principalmente nesse ramo”, diz Eduardo.
“Eu, particularmente, não acredito em portaria digital nos moldes de hoje, é uma economia, mas falta segurança. Verifico que muitos roubos e furtos em condomínios acontecem porque tem câmera, mas não tem ninguém olhando”.
Fazem parte do portfólio do Grupo os serviços de segurança patrimonial, controladoria de acesso em portarias, limpeza e conservação, entre outros. Um de seus maiores clientes “e o mais desafiador em termos operacionais e de manutenção de contrato” é o Santos Futebol Clube. “De modo geral, a cidade em si é um mercado restrito. Conseguimos entrar com as nossas operações devido ao bom relacionamento que temos comercialmente, o fato de ter conexões em sociedades de destaque na cidade, como o Rotary Club, por exemplo”, comenta Freire.
“Santos Futebol Clube é meu cliente desde o começo, um contrato que sempre apresenta potencial de mudança a cada troca de diretoria, mas que temos obtido êxito em manter ao longo dos anos. Fizemos segurança e limpeza dos dois centros de treinamento e do campo, na Vila Belmiro, durante muitos anos. Hoje, operacionalizamos a segurança dos jogos. Chegamos a colocar 400 pessoas trabalhando nos eventos”, conta. “Demanda muita movimentação de pessoas em um único dia, a logística é complexa”.
Para a Yamam, a prestação de serviços deve combinar tecnologia e humanização — Foto: Divulgação
A mesma dinâmica se aplica ao Concais, o Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini. É a Yamam quem assegura a tranquilidade em dias de grande movimento de navios. Ali, a operação de segurança envolve também atividades alfandegárias, de controle e monitoramento para evitar que qualquer ilegalidade ocorra.
Triângulo Yamam: cliente-funcionário-empresa
Para garantir o sucesso em todas as etapas, o executivo conta que a empresa foca os esforços em fortalecer o triângulo Yamam, formado por cliente, funcionário e empresa. “Nossos funcionários são treinados no que precisam fazer, mas também nos valores éticos e no tratamento dedicado às pessoas”, destaca.
“Estamos sempre focados em inovação para levar novos serviços ao mercado. Porque não há tantos diferenciais no setor, mas normas e procedimentos bem discutidos, observados, projetos de segurança customizados. Por exemplo, nossos clientes utilizam o smartphone não só para contato com a base, mas com serviços agregados, botão de pânico, sistema de ronda por QR code com software programado para cada cliente, com tempo de ronda delimitado e monitorado 24 horas”.
Etapas Yamam — Foto: Divulgação
Outro ponto inegociável dentro dos princípios da organização é a transparência. “Tenho ponto eletrônico para gerar folha de pagamento e reduzir custo para o cliente, ponto por leitura facial, temos um alerta-vigia de madrugada, em que o software exige a digitação de uma senha para garantir que o serviço está operando e o funcionário, atento. Se a pessoa fica muito tempo sem se movimentar, gera alarme através da câmera da cabine, para identificar se está em ação ou não, se pegou no sono, etc”, explica.
Nos serviços de limpeza, a tecnologia também é parte fundamental: os QR codes funcionam para agilizar em casos de emergência. Em caso de acidente, se houver necessidade de uma ação emergencial, o cliente pode enviar uma foto ou uma evidência para que o profissional tome ação imediata. Além disso, há ronda monitorada através do site, para maior autonomia na abertura de chamados.
Ainda no quesito transparência, Eduardo conta que os contratos contemplam uma cláusula em que o cliente só paga se todas as guias dos funcionários estiverem em dia com relação aos tributos e obrigações fiscais. “Damos acesso a certidões pela web, para que confiram o comprovante dos pagamentos necessários, obviamente de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), para ter certeza de que pagamos. O cliente é corresponsável e temos muita ciência do nosso papel para não gerar ônus”, garante.
E para o futuro, qual a visão do Grupo Yamam?
O trio de sócios acredita que a inteligência artificial estará cada vez mais presente e atuante nas atividades, complementarmente às ações humanas. Automação é algo que não chega a ser uma novidade, mas a metodologia aplicada pela Yamam é o que transforma seus recursos em diferenciais.
Há cerca de um ano, adotamos uma tecnologia que tem feito muito sucesso na Baixada Santista: o Poste de Vigilância Inteligente (PVI). Hoje, não basta ter um porteiro no prédio, há muitas câmeras com imagens pequenas, para que uma pessoa atenda tudo. A segurança fica comprometida, porque é humanamente impossível, contextualiza.
Para ajudar no monitoramento, a solução foi desenvolver um sistema combinando câmeras de vídeo e software de monitoramento, que funciona como um escâner. “O poste fica na frente do empreendimento, com três câmeras e software instalado, com central monitorando 24 horas e trabalhando por ocorrência. O software entende ocorrências discrepantes, via analytics, escaneando uma área para identificar movimentos suspeitos. Ele dispara um aviso na central e ao profissional que está na portaria do edifício, para que fique atento à situação. Vale, inclusive, para o caso de uma ocorrência de SAMU, acidente, alguém caindo, etc”, explica Freire. “Estamos tendo aceitação positiva, é uma locação com valor relativamente baixo pelo benefício que oferece”.
Os planos do Grupo Yamam envolvem a expansão para outros Estados, mas essa programação ainda está em estudo e mapeamento, devido à necessidade de se adequar em termos de uniformes e padrões que diferem de uma região para outra. No momento, além do escritório-sede na capital paulista e da filial em Santos, a empresa está se estabelecendo na cidade de Taubaté, no Vale do Paraíba (SP).
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