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Hamas diz que ofensiva israelense em Rafah deixaria ‘dezenas de milhares’ de vítimas

today10 de fevereiro de 2024 7

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Na madrugada deste sábado, várias testemunhas relataram bombardeios nos arredores da cidade, onde vivem 1,3 milhão de palestinos, ou seja, mais de metade da população total da Faixa de Gaza. A grande maioria são refugiados que fugiram dos combates em outras áreas do enclave.

Em um comunicado, o movimento islamista palestino Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, alertou para o risco de “uma catástrofe e um massacre que poderia levar a dezenas de milhares de mártires e feridos”.

Além disso, o grupo afirmou que responsabilizaria “a administração dos Estados Unidos, a comunidade internacional e a ocupação israelense” pelas consequências.



Anteriormente, o Ministério da Saúde do Hamas havia indicado que 110 mortes durante a noite. Também relatou “combates intensos” no hospital Nasser em Khan Yunis, no sul do território, onde uma pessoa morreu. Ainda há 300 funcionários, 450 feridos e 10 mil desalojados no local.

Na sexta-feira, as forças israelenses invadiram outro grande hospital da cidade, o Al Amal.

Depois de passarem pela cidade de Gaza e por Khan Yunis, as forças israelenses preparariam agora uma operação terrestre em Rafah, na fronteira com o Egito.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu na sexta-feira aos militares que elaborem um “plano combinado” para a “evacuação” de civis de Rafah e a “destruição” do Hamas naquela cidade.

“É impossível alcançar o objetivo da guerra sem eliminar o Hamas e deixar quatro batalhões do Hamas em Rafah”, disse o líder. Para isso, é necessário que “os civis evacuem as zonas de combate”, acrescentou.

Em Rafah, Adel al Hajj, um deslocado, disse que uma operação terrestre causaria “massacres”. “Agora podemos dizer adeus a qualquer [demonstração de] humanidade”, acrescentou.

Netanyahu manda exército fazer retirada de palestinos de Rafah

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Consequências ‘catastróficas’

Fotógrafos da AFP viram vários edifícios em Rafah destruídos por bombardeios israelenses nas primeiras horas de sexta-feira. Várias pessoas transportavam os corpos de três crianças, mortas em um destes ataques.

“Forçar mais de um milhão de palestinos deslocados em Rafah a evacuar [a cidade] novamente sem encontrar um lugar seguro para onde ir seria ilegal e teria consequências catastróficas”, disse Nadia Hardman, especialista em direitos de migrantes e refugiados da ONG Human Rights Watch.

A chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, disse na rede social X que uma ofensiva em Rafah desencadearia uma ‘catástrofe humanitária anunciada”.

As Nações Unidas também expressaram em diversas ocasiões medo pelos civis em Rafah e os Estados Unidos alertaram que não apoiariam uma operação “sem planejamento e sem reflexão” sobre o destino dos civis.

Em uma rara crítica a Israel desde o início da guerra, há quatro meses, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considerou “excessiva” a “resposta na Faixa de Gaza” ao ataque de 7 de outubro.

O conflito eclodiu naquele dia, quando milicianos islamistas mataram mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, segundo um relatório da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas e lançou uma campanha incansável de bombardeios e operações terrestres contra Gaza, onde 27.947 pessoas morreram até agora, principalmente mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.

Na frente diplomática, um “novo ciclo de negociações”, patrocinado pelo Egito e pelo Catar, e com a participação do Hamas, começou na quinta-feira no Cairo com o objetivo de obter “calma na Faixa de Gaza” e uma troca de reféns nas mãos do movimento islamista por prisioneiros palestinos em Israel, indicou um alto funcionário egípcio.

A delegação do Hamas deixou a cidade na sexta-feira após “negociações boas e positivas” com mediadores, disse uma fonte do grupo.




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Por: G1

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