Guimarães foi picado em 28 de dezembro, enquanto dormia. Ele contou à equipe de reportagem ter acordado com o dedo inchado, doendo e ido à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia, onde um médico cogitou ser uma ferida causada por uma aranha, mas receitou remédios e o liberou.
O garçom passou por cirurgia de amputação no último sábado (13) e, embora afirme ter sido um procedimento tranquilo, diz sentir dores. Ele ainda relatou ocorrências da síndrome do membro fantasma. “Sinto coçar e nem tem o dedo. É muito estranho”.
Guimarães contou ao g1 que tomará as providências cabíveis em relação aos atendimentos recebidos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia. “Por causa de negligência de dois médicos acabei amputando meu dedo. Não quero que ninguém passe pelo que estou passando“.
Ao falar sobre a ação que vai mover contra o condomínio, o garçom lembrou ter escutado do zelador que a picada da aranha foi um caso isolado no edifício. “A quantidade de aranhas que achamos foi absurda”, disse, ao justificar a decisão.
De acordo com Guimarães, a picada aconteceu dias depois de o prédio passar por dedetização. “O dono do apartamento [alugado por Guimarães] também não concorda que seja [um caso] isolado”.
O garçom contou que, embora seja destro, usa a mão esquerda para carregar as bandejas. Ele acredita que será prejudicado no serviço. “Vai me atrapalhar bastante. Querendo ou não vou ter que me adaptar”.
O g1 entrou em contato com a Prefeitura de Praia Grande, mas não obteve resposta. O Condomínio Georgia também foi procurado, mas sem sucesso.
Garçom ficou com o dedo necrosado e precisará amputá-lo após ter sido picado por aranha-marrom enquanto dormia em Praia Grande, SP — Foto: Arquivo Pessoal
Wilker Guimarães alegou ter sido vítima de negligência médica após ter ido duas vezes à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia e, segundo ele, nada ter sido feito. Na terceira vez, na UPA Central, foi quando recebeu o soro antiaracnídico.
“Foi uma negligência médica. Levei a picada e, após 2 horas, fui ao médico. Ele [médico] falou que poderia ter sido de aranha ou escorpião”, explicou. Apesar da avaliação, Guimarães disse que o profissional não receitou o soro.
Ao g1, ele contou ter levado a a picada em 28 de dezembro, quando acordou por volta das 7h com uma dor na mão. Passado algum tempo, ele começou a sentir o dedo latejar e notou um pequeno corte no local. Na UPA Samambaia, ele foi orientado a tomar antialérgico e remédios para dor.
Guimarães disse que voltou para casa e encontrou algumas aranhas no apartamento. Diante da situação, ele resolveu retornar à UPA para contar o que tinha visto, relatar os sintomas e informar sobre as orientações dadas pelo primeiro médico.
O médico do retorno, no entanto, o teria questionado se haviam receitado antibiótico. Depois, passou mais medicamentos para continuar o tratamento.
No dia 29, ainda com muita dor, o paciente resolveu ir à UPA Central. Na unidade, uma enfermeira viu o dedo roxo e questionou se Guimarães havia procurado um médico antes. Ele contou a história e foi transferido para a UPA Quietude, onde recebeu o soro antiaracnídico.
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