A intercambista brasileira Gabriela Rodrigues, de 20 anos, trocou os dias de sol e calor de São Vicente, no litoral de São Paulo, pelo frio e a neve de Wisconsin, nos Estados Unidos, para um intercâmbio de quatro meses. No entanto, desde sexta-feira (23) ela enfrenta a passagem da ‘nevasca do século’, que já matou mais de 57 pessoas nos EUA e Canadá.
A tempestade, nomeada como Elliot, causou uma forte nevasca e ventos fortes. O Serviço Nacional de Meteorologia (NWS, na sigla em inglês) informou que a nevasca teria uma “lenta moderação das temperaturas” apenas na última segunda-feira (26).
Muitos motoristas tiveram de abandonar seus veículos por conta de tempestades de neve — Foto: REUTERS
Ao g1, Gabriela contou que trabalha operando teleféricos da estação de esqui de um resort em Lake Geneva, no Wisconsin, um dos estados que faz parte dos Grandes Lagos, região extremamente afetada pela onda de frio.
De acordo com os meteorologistas, a área foi atingida na última sexta-feira (23) por um ciclone bomba — quando a pressão atmosférica cai muito rapidamente em uma forte tempestade.
O maior pico da tempestade de neve em Lake Geneva ocorreu no último final de semana. Uma colega de trabalho de Gabriela, inclusive, sofreu um acidente de carro devido à neve espessa na estrada que leva até o resort onde as duas trabalham.
Segundo a jovem, a temperatura média em Lake Geneva no inverno é de -10°C. No último sábado (24), a sensação térmica alcançou -39°C. “Recebi alertas no meu celular e a maior parte dos lugares fechou, as pessoas estavam evitando andar de carro, porque é muito perigoso”, explica.
Gabriela Rodrigues trabalha em uma estação de esqui em Lake Geneva, no Wisconsin, um dos estados que faz parte dos Grandes Lagos, região extremamente afetada pela onda de frio. — Foto: Arquivo Pessoal
A jovem afirma ter sido escalada no último sábado (24) para para trabalhar dentro do resort com mais roupas do normal. Os funcionários que moram fora do local foram orientados a se organizarem para não irem de sozinhos ou de carro, devido ao risco de acidentes.
“Minhas bochechas ficaram queimadas de frio, parecia que eu passei o dia inteiro na praia”, afirma. Segundo ela, mesmo com luvas as mãos estavam “quase congelando” e o nariz dela chegou a sangrar devido ao ar seco.
De acordo com ela, os intercambistas que trabalham dentro do resort e ficam em um ambiente fechado e aquecido não passam pelo sufoco do frio. “O problema é trabalhar do lado de fora nessa nevasca e aguentar o frio”, disse.
Há pouco menos de um mês de intercâmbio, Gabriela está aprendendo como lidar com o frio congelante do Wisconsin. Com a pele rachada e usando meios como os hand warmers [aquecedores de mãos], que são pequenos pacotes feitos de carvão que ao serem agitados e ativados são colocados nos bolsos, sapatos e nas luvas, que são as partes mais difíceis de se esquentar. “Estou dando muito mais valor para o Brasil”, afirma a jovem.
Há pouco menos de um mês de intercâmbio, Gabriela Rodrigues está aprendendo como lidar com o frio congelante do Wisconsin — Foto: Arquivo Pessoal
Em poucas horas, as temperaturas caem drasticamente e, ao mesmo tempo, nevascas, tempestades e ventos, que chegam a ultrapassar 120 km/h, atingem estados inteiros. Mortes relacionadas à ‘nevasca do século’ foram relatadas nos estados de Nova York, Vermont, Ohio, Missouri, Wisconsin, Kansas e Colorado.
Assim ficou uma casa no Estado de Nova York após a chegada do ciclone bomba — Foto: GETTY IMAGES
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