Quilombo das Bombas fica localizado em Iporanga (SP) — Foto: Reprodução/Raquel Pasinato
A cidade de Iporanga, no Vale do Ribeira (SP), tem 35% da população composta por quilombolas. Esse é o maior percentual registrado em municípios do Vale do Ribeira, segundo dados inéditos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já na Baixada Santista, no litoral de São Paulo, a cidade com a maior quantidade de quilombolas é Guarujá (confira os dados abaixo).
Segundo os dados do IBGE, 14 cidades da região do Vale do Ribeira possuem quilombolas. Destas, Eldorado se destaca por ter a maior quantidade. São 2.245 quilombolas, que correspondem a 17,18% dos habitantes da cidade. Já Iporanga aparece com o maior percentual. De acordo com os dados, 35,2% dos moradores da cidade são quilombolas, ou seja, 1.424 habitantes.
Na Baixada Santista, segundo o IBGE, há quilombolas em quatro municípios: Guarujá, Mongaguá, Santos e Itanhaém. Os dados apontam que há 67 quilombolas em Guarujá, o que corresponde a 0,02% da população (veja os dados abaixo) .
População quilombola no Brasil: saiba os principais dados do Censo 2022
Confira a população quilombola nas duas regiões, segundo o IBGE:
- Guarujá – 67 (0,02%)
- Mongaguá – 24 (0,04%)
- Santos – 19 (0%)
- Itanhaém – 2 (0%)
- Eldorado – 2.245 (17,18%)
- Iporanga- 1.424 (35,2%)
- Barra do Turvo – 1.219 (17,73%)
- Cananéia – 501 (4,08%)
- Iguape – 379 (1,3%)
- Itaoca – 302 (8,83%)
- Jacupiranga – 133 (0,83%)
- Cajati – 101 (0,35%)
- Registro – 65 (0,11%)
- Miracatu- 39 (0,21%)
- Sete Barras – 17 (0,13%)
- Barra do Chapéu – 9 (0,17%)
- Pariquera-Açu – 1 (0,01%)
- Juquiá – 1 (0,01%)
Comunidade quilombola de Eldorado, SP, já é demarcada desde 2018 — Foto: Divulgação/ Incra SP
Quilombola é um termo usado para identificar aqueles “remanescentes de comunidades dos quilombos”. Entre os séculos 16 e 19, os quilombos foram criados por pessoas escravizadas que fugiam do regime de violência imposto pela escravização. Esses espaços de liberdade e resistência se espalharam por todo o país.
Cem anos depois da abolição da escravidão, a Constituição de 1988 criou a nomenclatura “remanescentes das comunidades dos quilombos” e definiu que a essas pessoas que estejam ocupando terras deve ser reconhecida a propriedade definitiva do espaço, “devendo o Estado emitir-lhes títulos respectivos”. Ao longo do tempo, a expressão usada na Constituição foi sendo substituída pelo termo “quilombola”.
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