Em comunicado ao Conselho de Segurança, a missão permanente do Irã na ONU repreendeu o ataque israelense que chamou de terrorista e disse que foi uma “flagrante violação das normas e dos princípios fundamentais do direito internacional” e da inviolabilidade das instalações diplomáticas e consulares.
Além disso, o país disse que “se reserva seu legítimo e inerente direito sob a lei internacional e a Carta das Nações Unidas a tomar uma resposta decisiva” ao ataque.
Segundo o Irã, o ataque israelense matou sete membros da Guarda Revolucionária iraniana, entre eles três comandantes: Mohammad Reza Zahedi, Mohammad Hadi Haji Rahimi e um comandante sênior não identificado. (Leia mais sobre o ataque abaixo)
O Irã solicitou uma reunião de urgência do Conselho de Segurança para discutir o ataque de Israel e exigiu que o organismo condene a agressão “nos termos mais fortes possíveis”.
Fumaça perto de edifícios diplomáticos do Irã em Damasco, na Síria, em 1º de abril de 2024 — Foto: Firas Makdesi/Reuters
No comunicado, o país ainda avisou que o ataque representa uma ameaça à paz e à segurança regional, podendo “exacerbar as tensões na região e potencialmente desencadear mais conflitos envolvendo outras nações”.
O Conselho de Segurança da ONU ainda não se manifestou sobre o comunicado do Irã e não se sabe se haverá um encontro emergencial do Conselho para discutir a questão.
O g1 entrou em contato com as Nações Unidas para confirmar o recebimento do documento, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
Aviões militares de Israel atingiram o consulado do Irã em Damasco, na Síria, nesta segunda-feira (1º) e mataram sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana, entre eles Mohammad Reza Zahedi, comandante sênior da organização.
Hossein Akbari, o embaixador do Irã na Síria, afirmou que o consulado foi atingido por seis mísseis disparados de caças F-35. Akbari, que morava em um anexo da embaixada e teve sua casa atingida, escapou ileso e afirmou que a resposta do Irã será dura.
O comandante das forças terrestres da Guarda Revolucionária do Irã, Mohammad Reza Zahedi, em imagem de arquivo. — Foto: Reprodução/ Redes sociais
O governo iraniano responsabilizou Israel pelas consequências do ataque ao consulado na capital da Síria, disse o ministro de Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, segundo a mídia estatal iraniana. A afirmação foi dada em um telefonema entre Hossein e o ministro de Relações Exteriores da Síria.
Um porta-voz militar de Israel disse que não vai fazer comentários sobre notícias na mídia estrangeira. O jornal americano “The New York Times” afirmou que conversou com quatro autoridades de Israel que pediram para não serem nomeadas e confirmaram que o país realmente executou o ataque, mas não confirmaram que o comandante Reza Zahedi foi morto.
O canal de TV estatal da Síria confirmou que o prédio do consulado foi atacado. A mídia do Irã também noticiou que um prédio perto da embaixada foi atingido, e a agência de notícias dos estudantes iranianos afirmou que os alvos eram o consulado e a residência do embaixador.
O site oficial do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, afirma que o general Mohammad Reza Zahedi foi nomeado comandante das forças terrestres da Guarda Revolucionária do Irã em 21 de janeiro de 2006.
De acordo com o “New York Times”, ele era o responsável pelas operações secretas do Irã na Síria e também no Líbano.
O grupo terrorista Hamas, que atua na Faixa de Gaza, é apoiado pelo Irã. Desde que o Hamas atacou Israel, em 7 de outubro, os israelenses aumentaram os ataques contra alvos ligados a dois grupos que são atuantes em território sírio:
- O grupo libanês Hezbollah.
- As Guardas Revolucionárias do Irã.
Publicar comentários (0)