As forças israelenses afirmaram ter encontrado o corpo de Nisembaum durante uma operação militar em Jabalia, cidade do norte da Faixa de Gaza.
Até a operação desta sexta, a família acreditava que ele pudesse ter sido sequestrado, e ainda nutria esperanças de encontrá-lo vivo.
Na operação desta sexta, Israel disse que soldados recuperaram também o corpo de outros dois reféns e entraram em confronto com o Hamas durante a operação, disseram as Forças de Defesas de Israel, sem divulgar mais detalhes.
A informação sobre a localização dos corpos se deu a partir dos trabalhos de inteligência e foi analisada ao longo dos últimos dias. Os dados foram compartilhados entre o Exército e o Serviço de Informações.
As famílias das três vítimas já foram informadas sobre a localização dos corpos, segundo os militares israelenses.
Michel tinha 59 anos, nasceu em Niterói (RJ) e morava perto de Gaza havia mais 40 anos.
Família de Michel Nisembaum, Mary Shohat e Hen Mahluf, a irmã dele — Foto: Ricardo Stuckert/ PR
Quando a família no Brasil tentou reestabelecer o contato, alguém atendeu o celular e disse duas vezes a palavra “Hamas”. Esta era a última informação que os parentes tinham sobre o paradeiro de Michel.
“Às 7h06 ele já não atendeu mais o telefone. Até que às 07h23 atenderam o celular dele e começaram a gritar ‘Hamas, hamas’ e fecharam o telefone. Nós vimos um vídeo onde os terroristas mostraram a carta de motorista do Michel”, disse a irmã, Mary Shohat.
O Exército de Israel disse ainda que foram recuperados os corpos dos israelenses Hanan Yablonka e Orion Hernandez.
As famílias das vítimas foram informadas após um procedimento de identificação realizado por médicos do Instituto Forense Nacional de Israel e agentes da polícia israelense.
Quem são as outras vítimas
Yablonka, 42 anos, pai de dois filhos, também foi retirado do festival de música. Sua família disse à agência de notícias AP em dezembro que ele adorava música. A família de Yablonka não teve notícias dele durante depois de ter sido levado, e também não sabia se ele estava vivo ou morto.
Os ataques terroristas de 7 de outubro, perpetrados pelo Hamas em Israel, deixaram mais de 1.200 mortos. Outras cerca de 250 pessoas foram sequestradas e levadas para a Faixa de Gaza.
De acordo com Israel, cerca de 100 permanecem em poder dos terroristas, e 30 corpos ainda não foram recuperados.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu aniquilar o Hamas e trazer todos os reféns de volta, mas tem feito pouco progresso em relação aos cidadãos israelenses ainda em poder do grupo terrorista.
A atitude de seu governo em relação aos reféns tem causado atritos internos e uma onda de protestos. Externamente, a campanha militar em Gaza, que já deixou mais de 35 mil palestinos mortos, segundo o Hamas, tem recebido críticas de violações dos direitos humanos, e Netanyahu tem sofrido pressão até de aliados históricos como os EUA.
O pedido é o primeiro trâmite internacional contra Netanyahu e aprofunda o isolamento de Israel.
Israel também aguarda nesta sexta uma decisão do Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, sobre um pedido urgente da África do Sul para que o órgão ordene a suspensão imediata da incursão militar e os bombardeios no território palestino.
Soube, com imensa tristeza, da morte de Michel Nisembaum, brasileiro mantido refém pelo Hamas. Conheci sua irmã e filha, e sei do amor imenso que sua família tinha por ele. Minha solidariedade aos familiares e amigos de Michel. O Brasil continuará lutando, e seguiremos engajados nos esforços para que todos os reféns sejam libertados, para que tenhamos um cessar-fogo e a paz para os povos de Israel e da Palestina
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