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Itamaraty já reúne segundo grupo de brasileiros em Gaza; bebê está na lista

today10 de novembro de 2023 5

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Também estão na nova lista, segundo disse ao g1 o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeias:

  • Brasileiros que vivem em Gaza e haviam desistido de ir ao Brasil, mas mudaram de ideia com a piora das condições de vida no território;
  • Mães, pais e parentes mais distantes de pessoas do primeiro grupo;
  • Brasileiros que visitavam o território, como a mãe e os irmãos do bebê brasileiro, que vivem no Espírito Santo.

Segundo Candeias, o Itamaraty ainda não tem ideia de prazo para que esse segundo grupo consiga sair. Antes deles, sairão os estrangeiros que estão nas listas enviadas aos governos de Israel, da Faixa de Gaza e do Egito, que controlam a fronteira, por todas as Embaixadas de países com cidadãos no território palestino.



No início do mês, o governo do Egito afirmou que havia cerca de 7.000 estrangeiros na Faixa de Gaza quando a guerra começou. Até esta sexta-feira (10), menos da metade deles, cerca de 3.000 estrangeiros, já haviam cruzado a fronteira.

“Vim para administrar administrar os negócios da empresa da minha família e distribuir a herança, (…), mas não podemos esperar mais em Gaza. A situação é muito desastrosa em todos os sentidos da palavra”, disse Adwan, que vive com a família em Florianópolis, em Santa Catarina.

1º grupo de brasileiros fará nova tentativa

Brasileiros esperam em área em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, para cruzar a fronteira com o Egito, em 10 de novembro de 2023. — Foto: Embaixada do Brasil na Palestina

O primeiro grupo do Itamaraty, formado por 34 pessoas entre brasileiros e seus parentes, tentou cruzar a fronteira entre o sul da Faixa de Gaza e o Egito nesta sexta-feira (10), mas o posto de controle da cidade de Rafah, que atualmente é a única via de saída da Faixa de Gaza, foi fechado antes que eles pudessem atravessá-lo.

Candeias disse que apenas cinco ambulâncias com feridos foram autorizadas a passar pela fronteira nesta sexta, e demoraram para chegar até o posto de controle.

A passagem de Rafah fica aberta apenas por algumas horas diariamente, por exigência de Israel e do Egito, que alegam risco de que integrantes do grupo terrorista do Hamas possam cruzar a fronteira.

O embaixador afirmou esperar que o grupo de brasileiros e seus parentes consiga deixar o território palestino no sábado (11).

“Se as ambulâncias puderem sair amanhã, os estrangeiros também poderão, inclusive nossos brasileiros”, disse Candeias ao g1.

Também nesta sexta, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que a passagem foi fechada.

O chanceler também afirmou que a lista com o nome dos 34 que integram o grupo, aprovada na quinta-feira (10) por autoridades que controlam a passagem, já estava em mãos dos governos do Egito e de Israel “havia vários dias”.

“Apesar de terem sido levados até o posto de controle, eles não puderam passar. A passagem é complexa, porque o posto de controle de Rafah fica aberto durante apenas algumas horas por dia, e existe um entendimento de que ambulâncias passam primeiro. Foi o que aconteceu hoje”, declarou Vieira.

Pessoas caminham em direção ao sul da Faixa de Gaza, em 10 de novembro de 2023. — Foto: Mahmud Hams/ AFP

Após o fechamento da passagem, os brasileiros agora esperarão por uma nova tentativa.

Caso não consigam cruzar a fronteira ainda nesta sexta, serão levados a uma nova residência alugada pelo Itamaraty em Rafah enquanto aguardam a nova tentativa.

Quando conseguirem atravessar a fronteira e chegar do lado egípcio, o grupo será repatriado após um longo caminho por terra e por ar até chegarem ao Brasil.

Antes do atraso, a chegada dos repatriados no Brasil estava prevista para a manhã de domingo (12), em Brasília.

Mapa mostra como será o caminho dos brasileiros até o Egito — Foto: Kayan Silva/g1

Segundo a Embaixada do Brasil no Egito, assim que cruzarem a fronteira, agentes de saúde avaliarão a necessidade de atendimento médico dos brasileiros e seus parentes ainda em Rafah – o governo egípcio montou um hospital de campanha na fronteira para o atendimento a estrangeiros.

No Egito, o grupo será recebido por uma equipe de diplomatas e pelo embaixador do Brasil no Egito, Paulino Franco de Carvalho Neto.

A partir de Rafah, o Itamaraty considera fazer duas possibilidades de trajeto:

  • Ida em um ônibus até o aeroporto de El Arish, cidade a 53 km de Rafah, para embarque no avião presidencial que já está no Egito à espera do grupo. A aeronave depois fará escalas no Cairo, Roma, Las Palmas, Recife antes da chegada no destino final em Brasília;
  • Viagem até a cidade do Cairo em um ônibus. Neste caso, a previsão é que a viagem por terra dure entre cinco e seis horas.

A depender do horário de chegada, também existe a possibilidade de o grupo dormir em El Arish ou no Cairo e seguir viagem no dia seguinte para o Brasil, nas mesmas escalas, de acordo com o embaixador.

O avião do governo brasileiro que aguarda para transportar o grupo ao Brasil está no aeroporto do Cairo, mas também tem autorização para decolar até o aeroporto de El Arish.

Após a chegada, o governo federal irá oferecer abrigo, documentação e alimentação ao grupo.

Uma força-tarefa será mobilizada ainda no aeroporto de Brasília, onde haverá estrutura de acolhimento com representantes da Polícia Federal e Receita Federal, além da presença de médicos, psicólogos e um posto de imunização para atendimento imediato.

Segundo o secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, disse ao blog da Andréia Sadi, os brasileiros e seus parentes poderão ser abrigados no estado de São Paulo. Nesse caso, cada família terá um espaço separado, ainda de acordo com Botelho.

A GloboNews apurou que um dos abrigos fica no interior paulista. Quem tiver vínculos no Brasil e queira permanecer em outras cidades terá o deslocamento garantido após concluir a regularização da documentação.

A agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) também têm dado apoio para garantir a aplicação do protocolo humanitário recomendado para refugiados nessa situação.

No grupo, há dez cidadãos palestinos sem nacionalidade brasileira – sete deles pediram refúgio e foram incluídos, e outros três são parentes de brasileiros que abriram pedido de imigração por reagrupação familiar, segundo disse ao g1 o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeias.

Segundo o embaixador Paulino Franco de Carvalho Neto, as famílias receberão os documentos necessários para entrar no Brasil, e caberá à PF fazer os controles na chegada.

A presidente do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Sheila Carvalho, afirmou que suas equipes também estão preparadas para receber pessoas sem nacionalidade brasileira reconhecida e em diálogo com outros órgãos para a acolhida.

A presidente do Conare também disse que as pessoas que cumprirem as exigências poderão pedir inclusão nos programas de transferência de renda, como o Bolsa-Família.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

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