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“A preservação ambiental, e a Amazônia especificamente, é uma prioridade amplamente declarada pelo presidente [Lula], não só na COP 27 mas em todas as suas declarações”, disse.
“E na política exterior, também será um tema de grande importância. Eu pretendo inclusive criar uma secretaria dentro da estrutura do Ministério das Relações Exteriores que se encarregará de clima, meio ambiente e energia. Para que esses temas sejam tratados de forma conjunta”, afirmou.
As secretarias de um ministério são instâncias de alto nível, submetidos apenas ao próprio ministro e ao secretário-geral de cada pasta. O futuro ministro não indicou quem deverá comandar esse setor.
Vieira também disse ter recebido orientação expressa de Lula para que o Brasil se candidate para sediar a Cúpula do Clima de 2025 (COP 30), que deverá ser na América Latina.
Na COP 27, realizada no Egito em novembro, Lula compareceu como presidente eleito e anunciou a intenção de criar uma cúpula para os países da Amazônia Legal, também sediada na região amazônica.
“Da mesma forma, ele [Lula] declarou que vai trazer para o Brasil a COP 30, que é em 2025 e cabe à América Latina. Ele me deu instruções para que se apresente formalmente, a partir de 1º de janeiro, a candidatura do Brasil”, disse.
Mauro Vieira: quem é o novo ministro das Relações Exteriores
Na entrevista, Mauro Vieira também disse ter recebido instruções de Lula para se reaproximar da América do Sul – e da América Latina, em um segundo momento – e reposicionar a África como uma prioridade da política externa.
“Evidentemente, tenho que citar a relação com os nossos parceiros tradicionais, que são os Estados Unidos, a União Europeia e a China, que temos também que ter relações atualizadas e modernas com os três”, citou.
Vieira negou que tenha qualquer intenção de promover alguma “caça às bruxas” contra diplomatas de orientação política bolsonarista, e disse que vai agir a partir de janeiro para cumprir as missões dadas por Lula de se aproximar das nações no entorno do Brasil.
“A linha do discurso é exatamente de enfatizar as prioridades que o presidente Lula me deu. Intensificar as relações com o nosso entorno imediato – América do Sul e Mercosul –, a questão climática, a África como prioridade e também as relações com os três grandes polos”, enumerou.
“Com relação a revogaço, algumas coisas teremos que mudar. […] Há algumas iniciativas que terão de ser revogadas. Nós deixamos de fazer parte da Celac, nós vamos imediatamente reverter isso e dizer que o Brasil volta a participar“, citou.
A Celac é a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, fundada em 2010 pelos governos de esquerda à época na América Latina.
Por: G1
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