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Javier Milei: como é o Congresso com o qual o novo presidente da Argentina terá de lidar

today21 de novembro de 2023 4

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Isso porque o seu partido, o Liberdade Avança, é minoria tanto na Câmara, como no Senado. O grupo conta com 39 dos 257 deputados, e 7 dos 72 senadores, na nova composição do Congresso.

Além disso, os ultraliberais não têm nenhum governador nas 23 províncias argentinas – atualmente, metade delas é governada por peronistas.

Milei assumirá o cargo no dia 10 de dezembro. Candidato da oposição, Javier Milei foi eleito na noite de domingo (19) com 55,95% dos votos, contra o governista peronista Sergio Massa (44,04%). Os dois concorreram no segundo turno de uma das eleições mais disputadas da história recente da Argentina.



Das 257 cadeiras da Câmara dos Deputados da Argentina:

  • 105 são do “Unión por la Patria”, coalizão peronista do candidato Sergio Massa, que foi derrotado por Milei;
  • 92 são do “Juntos por el cambio”, que apoiou Milei;
  • 39 são do “La Libertad Avanza”, partido do novo presidente e que, antes, só tinha 3 cadeiras na Câmara;
  • 8 com a “Tercera Vía”, que tem orientação política à esquerda;
  • 5 com a “Izquierda”, partido que, como o nome já diz, também tem orientação política de esquerda;
  • 8 cadeiras estão com outros partidos.

No Senado, os 72 cargos estão distribuídos da seguinte forma:

  • 33: Unión por la Patria;
  • 24: Juntos por el cambio;
  • 7: La Libertad Avanza;
  • 3: Tercera Vía;
  • 5: outros.

Segundo o jornal argentino La Nacion, uma eventual aliança de Milei com o ex-presidente argentino Mauricio Macri e Patricia Bullrich, do “Juntos por el Cambio”, vai permitir ao novo líder ampliar a sua base de representação nas duas casas. Mesmo assim, seu quórum ainda será insuficiente.

Na Câmara, por exemplo, ainda faltariam 39 deputados para atingir uma maioria.

No Senado, o cenário é ainda mais adverso, diz o jornal. O bloco ultraliberal poderia agregar, no máximo, cinco legisladores do bloco ligado ao Macri, o Pró-bloco, número muito longe do necessário para abrir uma sessão (37 legisladores).

“Também é preciso ver como fica o Juntos por el Cambio, porque depois das eleições esse partido teve uma ruptura entre os integrantes radicais e os que respondem a Mauricio Macri. Se essa ruptura se formaliza, o Juntos por el Cambio e o La Libertad Avanza também não teriam maioria”, diz o sociólogo e analista político argentino Carlos de Angelis, da Universidade de Buenos Aires (UBA). .

“Como [o Milei] fará para governar é uma pergunta que todos nós nos fazemos”, ressalta Angelis.

“Há uma série de questões. Em leis de maiorias simples, acho que Mauricio Macri terá preferência, negociando com setores do peronismo que lhe possam dar maioria às leis de Milei. Será preciso muita negociação”, avalia o sociólogo.

“O Milei disse, por exemplo, que vai privatizar a YPF (a ‘Petrobras’ argentina). Vai ser preciso negociar porque, caso contrário, o peronismo pode passar a ser oposição e vetar todas as leis”, acrescenta.

O “La Nación” afirma que, para superar a falta de apoio no Congresso, Milei terá de fazer uma mudança brusca em seu discurso e mostrar sinais de diálogo com as forças de centro-esquerda que ele atacou durante a campanha.

Para isso, os interlocutores que ele terá no Congresso serão fundamentais. Um deles será Guillermo Francos, o nome escolhido por Milei para comandar o Ministério do Interior.

Aos 52 anos, Milei será o 52º presidente do país e terá que enfrentar a pior crise econômica em décadas, com a maior inflação em mais de 30 anos, dois quintos da população vivendo na pobreza e forte desvalorização cambial. Os desafios são agravados por uma dívida externa bilionária e pela falta de reservas internacionais.

Propostas para a crise econômica

Milei, um economista ultraliberal, propôs durante a campanha medidas radicais como dolarizar a economia, abrindo mão do peso, e extinguir o Banco Central. Segundo especialistas consultados pelo g1, Milei pode ter dificuldade para pôr suas ideias em prática, já que inicialmente não conta com uma base ampla no Congresso argentino.

Sobre um dos motes da campanha, a promessa de dolarização da economia argentina, o economista da LCA Consultores Francisco Pessoa Faria afirmou que “é uma ideia tão difícil de encontrar suporte em questões práticas que quem votou em Milei por essa questão, vai se decepcionar”.

Isso porque, dependente do dólar e do Fed, a Argentina abandonaria sua soberania monetária e pararia de fazer arbitragem de juros básicos na economia. O BCRA perderia o seu principal papel.

“Isso faria o país começar a operar em outra chave. Abandonaria a questão dos juros e do câmbio, e seria uma economia que operaria simplesmente no seu nível de gasto fiscal. Ou seja, o juro da Argentina seria praticamente o juro dos Estados Unidos e [o governo] tentaria fazer com que a inflação do país caminhasse rumo à norte-americana”, explica Alexandre Pires, professor do Ibmec-SP.




Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Mundo.

Por: G1

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