Biden foi vice-presidente de Barack Obama durante dois mandatos consecutivos, de 2009 a 2012 e de 2012 a 2017. Quando ele deixou o posto, ele levou embora material sigiloso e não devolveu até que o caso foi descoberto. O promotor especial, no entanto, concluiu que a evidência não prova a culpa do atual presidente dos EUA.
Hur também afirmou que Biden, que tem 81 anos, tem problemas de memória.
Ele escreveu que a memória do presidente dos EUA estava “significativamente limitada” quando Biden deu entrevista para a equipe da promotoria especial.
“Nós consideramos que em um julgamento, Biden provavelmente se apresentaria aos jurados, como foi o caso na nossa entrevista, como um senhor de idade bem-intencionado, simpático e com uma memória fraca”, disse ele.
De acordo com o promotor, as conversas com Biden eram muito lentas, e que ele parecia ter dificuldade para se lembrar de eventos e também de ler suas próprias anotações.
Em uma entrevista no escritório da promotoria especial, ele não se lembrou de quando foi vice-presidente – em uma ocasião, ele se esqueceu qual foi a data do fim de seu mandato, e em outra, a do início.
Ele também teve dificuldade para se lembrar de quando seu filho Beau morreu (foi em 2015) e por que o debate sobre o Afeganistão foi importante para ele mesmo.
Biden também se confundiu em relação a um de seus aliados na era de Barack Obama no governo: ele afirmou que ele e o general Karl Eikenberry eram adversários políticos, mas na verdade os dois foram parceiros.
Joe Biden durante entrevista — Foto: REUTERS
Repercussão na Câmara dos Deputados
Após a divulgação do relatório, o líder republicano na Câmara dos Deputados, Mike Johnson, afirmou que Joe Biden é “inapto” para ser presidente.
“Um homem tão incapaz de prestar contas pela manipulação indevida de informações confidenciais certamente não é adequado para o Salão Oval”, avaliou Mike Johnson, um aliado de Donald Trump, provável adversário de Biden nas eleições presidenciais de novembro.
Outros problemas de memória
Na noite de quarta-feira (7), Biden erroneamente a uma conversa que teve com Angela Merkel em 2021 como tendo ocorrido com o falecido chanceler alemão Helmut Kohl, que morreu em 2017, sua segunda confusão nesta semana.
Em uma recepção em Nova York que arrecadou dinheiro para sua candidatura à reeleição, Biden, de 81 anos, citou Kohl em vez de Merkel, que estava no poder na época da conversa relatada, a cúpula do G7 em 2021.
A referência ocorreu quando Biden estava falando sobre o ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos EUA por partidários do então presidente Donald Trump, que está concorrendo à indicação presidencial republicana este ano.
“Quando fui eleito presidente, fui a uma reunião do G7 com os sete chefes de Estado da Europa e da Grã-Bretanha. Sentei-me e disse: “Bem, os Estados Unidos estão de volta”, e o presidente da França olhou para mim e perguntou: “Por quanto tempo?” Nunca pensei nisso dessa forma”, disse Biden.
“Então Helmut Kohl, da Alemanha, olhou para mim e disse: ‘O que o senhor diria, sr. presidente, se pegasse o London Times amanhã de manhã e soubesse que mil pessoas haviam arrombado as portas do Parlamento britânico e matado algumas [pessoas] pelo caminho'”, disse Biden.
A Casa Branca não fez nenhum comentário imediato sobre a confusão.
No início desta semana, ao falar sobre a cúpula do G7 de 2021, Biden confundiu o presidente francês, Emmanuel Macron, com o falecido François Mitterrand, que esteve no poder de 1981 a 1995 e morreu em 1996.
Trump, de 77 anos, também identificou pessoas erroneamente, recentemente confundindo a oponente republicana Nikki Haley com Nancy Pelosi, a democrata da Califórnia que foi presidente da Câmara dos Deputados quando ele estava no poder.
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