Jornalistas de dezenas de países que cobriram o velório, cortejo e sepultamento do Rei Pelé, em Santos, no litoral de São Paulo, ressaltaram a importância de participar deste momento, que é histórico e de relevância mundial. Conforme apurado pela reportagem, algo em torno de 1.156 profissionais de imprensa, de 31 países, estiveram na cidade para a despedida do Atleta do Século.
“Estar aqui, na cobertura do funeral do Rei, é extremamente importante. Se trata de uma das figuras mais importantes, senão a mais importante, do futebol mundial”, disse o jornalista Augusto Choisie, da Telesur, da Argentina.
Joanna Pinkwart é correspondente da Telewizja Polska, a televisão pública da Polônia, em Washington, nos Estados Unidos. A jornalista veio ao Brasil na madrugada do primeiro dia do ano especialmente para fazer a cobertura da despedida. “Pelé é uma lenda, o maior jogador da história e no meu país ele também é muito conhecido e reverenciado. Aonde ele não é conhecido?”, perguntou aos risos, Joanna.
Apesar do velho debate entre quem foi melhor, Pelé ou Maradona, a profissional não tem dúvida: “É o Rei”. Para ela e para o povo polonês. “Pelé é maior, porque foi o primeiro a fazer as mais belas jogadas que vemos hoje no futebol. Ele foi a primeira grande estrela do futebol mundial. Não haverá ninguém como ele”, defendeu Joanna.
O produtor da SkyNews, da Inglaterra, Nick Stylianou, ressaltou que o ‘adeus’ a Pelé vai ultrapassa questões do futebol.
“Eu não sou pessoalmente um fã de futebol, mas é sempre fantástico ver como diferentes países criam momentos nacionais fantásticos. Obviamente, viajando ao redor do mundo para diferentes coberturas, é possível dizer que há algo de profundo nos brasileiros, na maneira como eles tornam um ‘momento nacional’ mesmo a partir de algo que não é feliz. Podemos dizer que há uma atmosfera boa ao redor”, definiu o profissional.
Pelé, o ‘embaixador informal’ do Brasil
O jornalista ítalo-brasileiro Diego Mezzogiorno, que trabalha na SkyNews e SkySports, na Itália, definiu Pelé como um ‘embaixador informal do Brasil’. “É interessante, no meu caso, pois tenho que passar a emoção [aos italianos], como brasileiro, e também mostrar o que o Pelé representa para o futebol”.
“Ele é o embaixador informal do Brasil. É a cara do país. No exterior, as pessoas brincam comigo dizendo: Você não é brasileiro, não parece o Pelé”, destacou.
Ainda de acordo com o jornalista, que divide moradia entre Brasil e Itália, a cobertura é marcante por abranger diversas culturas.
“É um desafio importante no sentido de contar algo que sinto como brasileiro para um público italiano. Especialmente pelo fato de que, na Itália, a maioria acha o Maradona melhor que o Pelé, pois ele jogou lá. Sempre tentei desafiar essa opinião, especialmente porque sou torcedor do Napoli [time em que o ídolo argentino jogou]”, concluiu.
Diego Mezzogiorno, jornalista ítalo-brasileiro, afirma que Pelé é ‘embaixador informal’ do Brasil — Foto: Thiago D’Almeida/g1
Pelé morreu na quinta-feira (29), depois de um mês internado no Hospital Albert Einstein, na Capital. Ele tratava de um câncer no cólon.
O quadro sofreu agravamento no dia 21 de dezembro, quando o boletim médico indicava “progressão oncológica”, com necessidades de cuidados para as funções renais e cardíacas.
O velório do Rei do Futebol começou às 10h desta segunda-feira (2), na Vila Belmiro, e deverá durar 24 horas. Em seguida, o corpo será sepultado em Santos após um cortejo.
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