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Jovem que despencou de brinquedo ‘elevador’ ouviu de médico que não ficou paraplégica por ‘centímetros’

today14 de setembro de 2022 72

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Uma jovem, de 27 anos, sofreu uma lesão na coluna em um brinquedo conhecido como ‘elevador’, que despencou violentamente em um parque de diversões, em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Ao g1, ela revelou ter ouvido do médico que a lesão sofrida foi a centímetros de distância da medula, o que poderia tê-la feito perder os movimentos das pernas.

A atendente Monique Noronha dos Santos contou que o médico fez um desenho para mostrar que a lesão na coluna fica em volta da medula. “Faltou centímetros para pegar nela. Toda hora passavam e riscavam com muita força meu pé, falaram que faltou pouco para pegar nela [medula] e eu não ia mais ter os movimentos nas pernas”.

Em relação ao acidente, Monique disse à reportagem que o filho iria com o sobrinho no brinquedo, mas, como percebeu que ele estava assustado, pediu para ir junto. A funcionária autorizou que ela e a irmã acompanhassem as crianças. “Se eu não tivesse ido com meu filho nem sei o que poderia ter acontecido. Essa fratura que aconteceu em mim poderia ser muito pior nele, que é criança“.

Para ela, o brinquedo estava com falta de manutenção. “Não estávamos [presos], a gente tinha que segurar com a nossa força. A gente tinha que prensar a trava de segurança na cadeira, mas com a nossa força”. Imagens obtidas pelo g1 mostram o brinquedo com tema de nave espacial caindo de forma violenta (veja o vídeo abaixo).



Ao menos sete pessoas ficam feridas em brinquedo que simula elevador em parque de diversões

Ao menos sete pessoas ficam feridas em brinquedo que simula elevador em parque de diversões

Monique explicou que o brinquedo subiu e deu uma leve balançada no topo, mas que ela achou que fosse algo normal. “Quando foi descer, a gente achou que o momento de descer rápido era do brinquedo mesmo, aí ele não parou, simplesmente desceu e foi parar no chão. Deu para ouvir os cabos de aço estourarem, corria o risco de chicotear na gente porque eles se soltaram com tudo”.

Ao todo, cinco pessoas da família de Monique estavam no brinquedo. Segundo ela, outras duas pessoas também estavam na atração no momento do acidente. “Eu bati muito forte, não tinha nenhuma mola para aliviar o impacto. A gente bateu direto no chão do brinquedo. Foi muito horrível”.

“Na hora que a gente bateu foi tudo muito rápido, todo mundo veio para tirar, para remover as pessoas do local, aí entreguei o meu filho e eu não consegui levantar. Não podia levantar, minha perna ficou travada. Na hora senti que quebrou“, relembrou.

Segundo a atendente, um gerente do parque foi até o brinquedo e pediu para que ela saísse rápido do local, mas os familiares disseram que ela deveria permanecer imobilizada até a chegada do resgate. “Eles brigaram porque a gente estava gravando, não queriam que a gente tirasse foto do brinquedo”.

Imagens revela cabos de aço do brinquedo rompidos — Foto: Arquivo Pessoal

Ela foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Itanhaém, onde passou por um exame de raios-X e identificaram que a coluna estava achatada.

Ela foi encaminhada ao Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, onde fez uma tomografia, que detectou uma lesão na coluna. Após o exame, ela voltou para a UPA e ficou internada até segunda-feira (12).

Ainda com dor, a atendente não entendeu o motivo de ter recebido alta. “Não conseguia nem andar, me trouxeram até a porta de casa, tive que subir escada gritando porque não estou aguentando de dor, tiraram a sonda de mim dentro da ambulância, acho que a UPA está cheia, não tem lugar, não sei”.

Monique afirmou que recebeu a orientação para ficar em repouso por três meses. “Não posso trabalhar. Meu filho toda hora fala disso, o que ele mais amava no mundo que era parque, agora, como ele mesmo diz, virou parque do terror. Situação péssima. Todo mundo da minha família está muito abalado”.

“A gente trabalha, as crianças têm que ir para a escola. Não dá para levantar para ir levar as crianças na escola, não dá para trabalhar, não dá para fazer nada. Não posso andar durante três meses, tenho que ficar de cama”, disse.

Após acidente em parque de diversões em Itanhaém, Monique precisará ficar três meses em repouso — Foto: Fernando Skillo/g1

O filho, segundo ela, ficou apenas com dores pelo corpo e traumatizado com a situação. “Graças a Deus foi só o susto e ficou dolorido. A gente segurou bem as crianças e não ocorreu nada mais grave. Só o trauma”.

Monique pretende tomar providências em relação ao acidente, pois, segundo ela, o parque não deu nenhuma assistência. “Eles não tiveram nenhum tipo de empatia”. Ela diz que, por conta do acidente, ficará três meses sem trabalhar e ainda verá como irá pagar aluguel de onde mora.

“A gente quer que eles paguem por isso, por todos os danos”, finalizou.

Após acidente com brinquedo em parque, Monique foi socorrida pelo Samu à UPA de Itanhaém, SP — Foto: Arquivo Pessoal

Em nota, o Diego’s Park afirmou que o parque dispõe de AVCB válido, autorização da prefeitura para operar, laudos técnicos que atestam a segurança estrutural e elétrica dos aparelhos, e que os brinquedos são inspecionados diariamente, além de receber manutenções periódicas.

O parque informou que contratará perícia para atestar o motivo que ocasionou a fatalidade com o equipamento, que será extensiva aos demais equipamentos a fim de se constate a segurança para as operações.

Ainda de acordo com a nota, o parque informou que se solidariza e se encontra à disposição das vítimas para prestar toda assistência necessária, desejando o pronto reestabelecimento.

Em nota, a Prefeitura de Itanhaém informou que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros foram acionados para atender as vítimas do acidente no parque de diversões, localizado na Avenida Jaime de Castro.

Todos foram encaminhados ao Hospital Irmã Dulce, na cidade vizinha Praia Grande (SP). Na unidade de saúde, segundo a administração municipal, os três passaram por tomografia e foram avaliados por um traumatologista. Mãe e filho, de 25 e 12 anos, tiveram fraturas conservadoras na L2, vão ter que usar colete e foram liberados para seguir com o tratamento em casa.

A criança, de 4 anos, que aguarda avaliação para uma eventual cirurgia, de acordo com a prefeitura, apresenta dores abdominais, no cóccix e sacral (no final da coluna).

A prefeitura acrescentou, em nota, que o Parque de Diversões Diego’s Park deu entrada no pedido de alvará de funcionamento por meio do Via Rápida Empresa, que emitiu o documento provisório automaticamente. Na última segunda-feira (12), durante fiscalização após o acidente, a Defesa Civil lacrou o parque por falta de segurança.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Jorge Penha da Silva, esteve no local acompanhando a inspeção junto à Guarda Civil Municipal (GCM), Secretaria de Obras, além da Defesa Civil. Ele notificou o empreendimento a encerrar imediatamente as atividades até a apresentação de laudos técnicos atestando a segurança dos brinquedos.

A prefeitura ressaltou que o parque tem um Auto Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) com validade até 23 de novembro de 2022. O g1 entrou em contato com a prefeitura sobre o caso da mulher mencionada na matéria, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Defesa Civil lacrou o parque de diversões por falta de segurança após acidente em brinquedo que deixou três pessoas feridas em Itanhaém (SP) — Foto: Reprodução

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Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Santos.

Por: G1

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