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“Enfrentei criminosos de todos os tipos: predadores que abusaram de mulheres, fraudadores que enganaram consumidores, trapaceiros que quebraram as regras para seu próprio benefício. Então, ouçam-me quando digo: eu conheço o tipo de Donald Trump”, disse Kamala.
Kamala tocou no assunto do aborto, um dos temas polêmicos que dividem as campanhas, e prometeu colocar o direito ao aborto na lei dos EUA caso seja eleita
Kamala também prometeu fortalecer a classe média dos EUA. Criticou o Projeto 2025, atribuído pelos democratas à campanha de Trump, dizendo que a classe média será enfraquecida caso o republicano vença o pleito.
“Kamala vai com tudo para cima do Trump de forma bem enérgica. Ela mudou a dinâmica da campanha”, disse o comentarista da GloboNews Guga Chacra.
‘Frescor’ e ‘carisma’: Guga Chacra analisa primeiro discurso de campanha de Kamala Harris
Kamala Harris disse que “o legado de Biden é incomparável” em primeiro discurso nesta segunda (22) após a desistência de Biden e apoio do presidente na campanha à presidência no domingo. Kamala é atualmente a favorita para assumir a candidatura democrata.
Em breve discurso, no contexto de um evento da Associação Atlética Universitária Nacional na Casa Branca, em Washington, Kamala agradeceu Joe Biden pelo apoio e elogiou seu legado como presidente.
‘O legado de Biden é incomparável’, diz Kamala Harris em 1ª fala após ser indicada por presidente para candidatura democrata
Logo antes de subir ao palco, Kamala postou em suas redes sociais que “juntos, vamos vencer” e que fará sua primeira viagem de campanha na condição de candidata ainda nesta segunda (22). Seu primeiro evento público ocorrerá enquanto ela se esforça para se definir rapidamente para os eleitores democratas.
“Este é o primeiro dia completo da nossa campanha, então estou indo para Wilmington, Delaware, mais tarde para dizer “olá” à nossa equipe na sede. Um dia se passou. Faltam 105. Juntos, vamos vencer isso”, disse a vice-presidente.
Qual foi o caminho da campanha de Biden até o fim?
“Em nome do povo americano, agradeço a Joe Biden por sua liderança extraordinária como Presidente dos Estados Unidos e por suas décadas de serviço ao nosso país. Estou honrada por ter o apoio do presidente e minha intenção é merecer e ganhar esta nomeação. Farei tudo ao meu alcance para unir o Partido Democrata — e unir nossa nação — para derrotar Donald Trump e sua extrema agenda Projeto 2025. Se você está comigo, faça uma doação agora mesmo”, disse Kamala.
Kamala, de 59 anos, é a primeira mulher a se tornar vice-presidente dos EUA. Formada em Direito e Ciências Políticas, ela foi procuradora da cidade de São Francisco e, depois, do estado da Califórnia. Kamala também foi senadora pelo estado entre 2017 e 2020.
Ela chegou a se apresentar como pré-candidata à Casa Branca para as eleições de 2020 e liderou algumas pesquisas dentro do Partido Democrata. No entanto, perdeu apoio e desistiu da corrida por falta recursos financeiros.
Filha de mãe indiana e pai jamaicano, ela foi escolhida para integrar a chapa democrata para atrair minorias, sendo ela mulher, negra e filha de imigrantes.
A opção por Harris foi fundamental para a eleição de Biden, já que funcionou como um chamariz para convencer eleitores negros a votar no pleito de 2020.
Biden desiste da campanha à reeleição
“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, escreveu Biden.
O ex-presidente Barack Obama também se manifestou sobre o caso. Em um comunicado publicado na plataforma Medium, o democrata classificou Biden como “um patriota da mais alta ordem”. Biden foi vice-presidente na gestão Obama entre 2009 e 2017.
A desistência ocorre após pressões do partido e de parte do eleitorado democrata. A crise na campanha de Biden começou no fim de junho, quando ele teve um mau desempenho em um debate contra Donald Trump. À época, a capacidade cognitiva do presidente foi colocada em dúvida.
Até o momento, o presidente resistia à pressão de diversas maneiras. Ele deu entrevistas, fez uma reunião com governadores democratas e negou alegações de que sofria um declínio cognitivo e físico. Biden afirmou várias vezes que não iria desistir e que venceria a eleição.
No entanto, nos últimos dias, os rumores de desistência aumentaram. O ex-presidente Barack Obama e a ex-líder da Câmara Nancy Pelosi, duas fortes vozes no Partido Democrata, demonstraram insegurança com o atual presidente.
Uma fonte disse à Reuters que a decisão ocorreu neste domingo. “Na noite passada, a mensagem foi para seguir em frente com tudo, a todo vapor. Por volta das 13h45 de hoje, o presidente disse à sua equipe sênior que havia mudado de ideia”. A decisão pegou muitos funcionários da Casa Branca de surpresa.
O Partido Democrata ainda não anunciou quem vai ser o novo candidato para disputar a eleição contra Trump.
Durante a disputa televisionada no final de junho, Biden apresentou voz rouca — atribuída a um resfriado —, pouco entusiasmo e hesitou em diversos momentos. Trump, por outro lado, despejou uma série de mentiras com calma e de forma assertiva, sem ser corrigido por Biden.
O debate foi o “início do fim” para Biden, de 81 anos. Dúvidas relacionadas à idade e aptidão do presidente para um mandato de mais quatro anos desencadearam uma crise no partido democrata. Dentro do partido, começou a surgir a ideia de substituição.
As eleições dos EUA acontecem em 5 de novembro. A Convenção Nacional Democrata, que vai oficializar o candidato do partido que vai disputar a Casa Branca, será entre 19 de agosto e 22 de agosto.
Qual foi o caminho da campanha de Biden até o fim?
Após a má performance de Biden no debate, a imprensa norte-americana citou o estado de pânico de entre os democratas. Colegas de partido se preocuparam com a capacidade do presidente para mais um mandato.
Em evento de campanha no dia seguinte ao encontro com Trump, Biden reconheceu a questão da idade e disse que não debate como antes, mas afirmou que sabe “dizer a verdade” e que pretendia vencer a eleição.
Ainda no dia seguinte, diversos veículos americanos como os jornais “The New York Times”, “The Wall Street Journal” e a revista “The Economist” — que apoiavam o presidente — publicaram editoriais pedindo para que Biden desistisse da candidatura à presidência.
Mesmo com relatos da mídia americana e de agências de notícias de que os democratas consideravam sua substituição no pleito, o apoio de políticos e figuras democratas a Biden permaneceu unânime durante alguns dias.
A pressão, no entanto, cresceu com declarações de políticos democratas em exercício e figuras importantes do partido, como Nancy Pelosi.
Meus queridos americanos,
Nos últimos três anos e meio, fizemos grandes progressos como nação.
Hoje, a América tem a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução de nossa nação, na redução dos custos de medicamentos prescritos para idosos e na expansão do atendimento de saúde acessível para um número recorde de americanos. Prestamos cuidados extremamente necessários a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovamos a primeira lei de segurança de armas em 30 anos. Nomeamos a primeira mulher afro-americana para a Suprema Corte. E aprovamos a legislação climática mais significativa da história do mundo. A América nunca esteve melhor posicionada para liderar do que estamos hoje.
Sei que nada disso poderia ter sido feito sem vocês, o povo americano. Juntos, superamos uma pandemia de uma vez por século e a pior crise econômica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservamos nossa democracia. E revitalizamos e fortalecemos nossas alianças ao redor do mundo.
Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre apenas em cumprir meus deveres como presidente pelo resto do meu mandato.
Falarei à nação mais detalhadamente sobre minha decisão ainda esta semana.
Por enquanto, permitam-me expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tão duro para me ver reeleito. Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo esse trabalho. E permitam-me expressar minha sincera gratidão ao povo americano pela fé e confiança que vocês depositaram em mim.
Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que a América não possa fazer quando fazemos juntos. Só temos que lembrar que somos os Estados Unidos da América.
Comunicado de Joe Biden — Foto: Reprodução/X
Por: G1
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Biden voltou a afirmar que apoia a nomeação de Kamala para concorrer à Casa Branca. O presidente disse que não pôde estar no evento por estar com Covid-19. O democrata está isolado desde quarta-feira (17). "Eu sei que as notícias de ontem surpreenderam e que foi difícil para vocês ouvirem, mas é a coisa a certa a se fazer. Eu sei que é difícil porque vocês se esforçaram para me […]
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