Indígena de cinco anos foi estuprada na aldeia de Paranapuã, em São Vicente — Foto: Reprodução/Redes Sociais/Aldeia de Paranapuã
A líder comunitária da Aldeia de Paranapuã, Suelen de Oliveira, resgatou a menina indígena de cinco anos após ela ter sido estuprada em São Vicente, no litoral de São Paulo. Ela contou ao g1, nesta sexta-feira (21), que encontrou a criança com sangramento e ela reclamava de muita dor. Segundo a lider comunitária, a menina passou por uma cirurgia e permanece internada no Hospital do Vicentino.
Suelen de Oliveira, de 23 anos, disse ao g1 que, os vizinhos encontraram a criança no chão, na região da mata, e a chamaram. “Eu fui correndo ver o que tinha acontecido e quando olhei ela no chão, minha primeira atitude foi pegar ela no colo. Ela estava com muito sangue e disse que “sentia muita dor”.
A líder contou ainda que os moradores estavam em uma reunião quando o estupro aconteceu. “Eu fico responsável pela aldeia quando o cacique não está. E, na quarta-feira (19), nós estavámos fazendo uma reunião no núcleo 3, que fica mais para o fundo da aldeia”, contou ela.
Após socorrer a menina na aldeia, os moradores chamaram o Serviço Móvel de Urgência (SAMU), que levou a criança para a Maternidade Municipal de São Vicente. Na unidade, a criança passou pelo médico para os primeiros atendimentos.
A líder disse que a criança precisou ser transferida para o Hospital do Vicentino e segue internada. “Ele [médico] disse que ela [menina] iria precisar de uma cirurgia, por conta dos ferimentos. Eu fui com ela para a outra unidade e fiquei acompanhando até ela sair da operação”.
Suelen ficou com a menina na unidade de saúde até o meio da tarde desta quinta-feira (20). “Eu estava no hospital e cuidei dela até ontem. Agora, ela precisa ficar com a mãe e ter o acompanhamento de outros médicos. Ela está melhor e logo estará bem”, disse ela.
Hospital do Vicentino é inaugurado em São Vicente, SP — Foto: Prefeitura de São Vicente/Divulgação
A líder explicou que nenhum caso de abuso tinha acontecido antes na aldeia e que medidas serão adotadas. “Vamos fazer um trabalho de segurança aqui e orientar as mães que as crianças não podem ficar sem cuidado. Não queremos que isso volte a acontecer aqui”, disse ela.
Além das novas orientações aos pais, Suelem explicou que o Conselho Tutelar da cidade orientou a menina e a comunidade receba acompanhamento psicológico. “Será feito o que o Conselho nos falou. Vamos fazer tudo que for possível para que ela [menina] fique bem e cresça feliz”, finaliza a líder.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que o caso foi registrado como estupro de vulnerável na Delegacia de São Vicente. As diligências seguem em andamento para o desdobramento dos fatos. O caso será preservado devido à natureza da ocorrência e por envolver menor de idade.
Ao g1, Ronildo Amandios, de 39 anos, revelou que reunirá os homens do local para que façam um ‘teste’ a fim de descobrir se o criminoso é membro da comunidade.
Ronildo Amandios explicou também como será o desdobramento da situação caso um dos membros da comunidade seja apontado como o criminoso. “Valerão os aparatos da lei. Por mais que sejamos indígenas, não temos a ‘tutela’ antiga da Funai, quando respondíamos por nós mesmos. Podemos responder civilmente”. disse ele.
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