Nesta terça (4), Lula classificou o acordo entre os blocos como um dos “compromissos que já não podem mais ser adiados”.
Segundo o presidente, o premiê espanhol indicou que “seria importante fazer o acordo enquanto ele presidisse” a representação da União Europeia. Tanto o mandato do petista quanto o de Sánchez vão durar seis meses.
- A negociação entre Mercosul e União Europeia teve início em 1999. Partes da discussão foram encerradas entre 2019 e 2020.
- Com receio da política ambiental de Jair Bolsonaro (PL) por parte dos europeus, o acordo não foi finalizado. Desde 2020, os termos seguem em revisão para assinatura.
- Recentemente, já no governo Lula, instrumentos foram adicionados pela União Europeia para conclusão do acordo.
- Os dispositivos estabelecem punições em caso de descumprimentos de obrigações dos países signatários, em especial no agronegócio. O Planalto tem avaliado negativamente as condições.
No encontro dos chefes de Estado do Mercosul desta terça, o presidente Lula criticou a proposta do bloco europeu, mas pontuou que está “comprometido” com o encerramento das tratativas.
“O instrumento adicional, apresentado pela União Europeia em março deste ano, é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base em desconfiança e ameaça de sanções. É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente”, disse.
Lula indicou que as condições do bloco europeu serão o tema principal do telefonema com Sánchez na tarde desta quarta.
“Vou conversar com o presidente Pedro Sánchez e vou tentar estabelecer com ele uma relação para ver se a gente consegue… Nós temos, no Brasil, um material estudado, temos que enviar para todos os presidentes que compõem o Mercosul para que a gente possa avaliar e quem sabe convocar uma reunião de ministros [do Mercosul] para poder definir o texto que queremos apresentar [como contraproposta aos instrumentos adicionais da União Europeia].”
O texto será submetido aos países titulares do Mercosul e deve ser uma resposta unificada do bloco sul-americano.
Lula sugeriu que a contraproposta seja discutida na próxima reunião entre a Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia, prevista para 17 e 18 de julho em Bruxelas, na Bélgica.
“Quem sabe não seja a Celac o momento de discutir o Mercosul, porque nós vamos roubar a cena da Celac. Mas nós vamos ter que ter uma proposta e enviar a proposta para eles e chamá-los para discutir, para ver se a gente consegue, neste semestre, fazer o acordo definitivo entre União Europeia e Mercosul. […] Vou tentar ver se a gente consegue avaliar uma reunião de ministros [do Mercosul] para definir o texto que precisamos enviar”, declarou.
Além da conversa com o premiê da Espanha, o presidente Lula terá pela frente outras pautas que ficaram à espera do seu retorno da Argentina.
A agenda de Lula nesta quarta-feira também prevê reunião pela manhã com a ministra Nísia Trindade (Saúde) e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Márcio Macêdo (Secretaria-Geral), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União).
Em seguida, o presidente participará da 17ª Conferência Nacional de Saúde.
À tarde, após a conversa com Pedro Sanchez, Lula terá audiência com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, e outra reunião com Padilha.
Todos os créditos desta notícia pertecem a
G1 Mundo.
Por: G1
Esta notícia é de propriedade do autor (citado na fonte), publicada em caráter informativo. O artigo 46, inciso I, visando a propagação da informação, faculta a reprodução na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos.
Publicar comentários (0)