Nesta sexta-feira (15), durante a inauguração de um contorno rodoviário na BR-101, em Serra (ES), o petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez declarações críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Sem medir palavras, Lula elevou o tom dos ataques, chamando seu desafeto político de “facínora” e “aquela coisa”, enquanto o acusava de manipular a fé dos evangélicos.
Os ataques direcionados a Bolsonaro foram o foco central do discurso de Lula. Ele destacou a suposta falta de realizações de Bolsonaro, apontando não apenas a ausência de obras físicas, mas também criticando a “disseminação de ódio e de mentiras” durante o período em que esteve no poder.
“Ele não inaugurou nenhuma obra aqui. Mas ele inaugurou o ódio entre filhos, pais, a mentira, as mais deslavadas mentiras. As intrigas entre famílias. Tem família que não conversa mais. Tem pai que não conversa com filho. Tem filho que não conversa com a mãe. Tem irmão que não conversa com o irmão, por causa de um facínora que pregou o ódio durante quatro anos neste país. Mentiu e pregou o ódio.”
O ex-presidente também confrontou as alegações feitas por Bolsonaro durante as eleições, dizendo que era mentira que ele fecharia igrejas e implantaria banheiros unissex.
“A gente vai provar que o que resolve o problema de um povo não é a instigação do ódio, utilizando a boa fé do povo evangélico para mentir. Dizendo que a gente ia fechar igreja, dizendo que a gente ia fazer banheiro unissex, isso ou aquilo”, atacou.
Durante sua fala, Lula relembrou sua trajetória pessoal e política, mencionando sua origem humilde no sertão. Para ele, somente Deus poderia fazer com que uma pessoa com sua história de vida chegasse três vezes à Presidência da República, ignorando os crimes que foi condenado e que só voltou ao poder por manobra do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eles têm que saber de uma coisa, que se tem um cara nesse país que acredita em Deus, é esse que está vos falando aqui (…) Somente Deus poderia fazer que um filho de dona Lindu, semianalfabeto, que não morreu de fome, fosse eleito três vezes presidente.”
E continuou:
“Somente Deus é que poderia fazer um menino de 5 anos de Garanhuns, com sete irmãos, predestinados a morrer de fome, sair num pau-de-arara em Pernambuco, andar 13 dias até São Paulo, chegando lá encontramos meu pai com outra família. A minha mãe separou do meu pai, nós fomos morar sozinhos. E esse filho, que escapou da morte até os 5 anos de idade, que não teve diploma universitário, é o presidente da República mais eleito deste país. Isso só pode ser coisa de Deus.”
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