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Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, faz balanço da Reunião de Chanceleres do G20 no Rio

today22 de fevereiro de 2024 8

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“Como eu disse no meu discurso ontem, não interessa ao Brasil viver em um mundo fraturado. Precisamos trabalhar com todo empenho para superar os desvios internacionais da atualidade.”

Vieira enfatizou que muitos países de todas as regiões demonstraram preocupação com o conflito na Palestina, destacando os riscos de alastramento nos países vizinhos. “Vários demandaram a imediata libertação dos reféns em poder do Hamas.”

“Foi conferido especial destaque ao deslocamento forçado de 1,1 milhão palestinos para o sul da Faixa de Gaza. Nesse contexto, houve diversos pedidos pela liberação imediata do acesso para ajuda humanitária na Palestina, bem como apelos pela cessação das hostilidades.”



“Muitos se posicionaram contrariamente à operação de Israel em Rafah, pedindo que o governo de Israel reconsidere e suspensa imediatamente essa decisão”, disse.

Ainda sobre a guerra, o ministro falou que, durante o encontro, destacou-se também a virtual unanimidade ao apoio a solução de dois estados, “como sendo a única solução possível para o conflito entre Israel e Palestina.”

Vieira disse ainda que pela primeira vez o G20 fará uma segunda reunião no ano, dessa vez na sede da ONU, em Nova Iorque, em setembro. O ministro agradeceu ainda a “acolhida” do prefeito Eduardo Paes durante a organização do evento.

A fala do ministro sobre a reunião não é uma declaração oficial do G20, mas sim uma formalidade —sem definições concretas–, já que o encontro é uma prévia para a Cúpula do G20 em 2024, que vai ocorrer em 18 e 19 de novembro, também no Rio de Janeiro.

O encontro contou com a participação de 45 delegações de países-membro, países convidados e organizações internacionais, sendo 32 delegações chefiadas em nível ministerial.

O segundo dia de plenária dos chanceleres do grupo na Marina Glória, na Zona Sul do Rio, foi voltado para o debate sobre a reforma da governança global, uma das prioridades do Brasil durante seu ano à frente do G20.

O objetivo do país é fazer avançar a agenda da reforma em órgãos de governança como a ONU e assim propor mudanças que possam facilitar a resolução de conflitos e impedir que novos desentendimentos possam surgir.

Na quarta-feira (21), Mauro Vieira abriu o encontro com um discurso afirmando que o Brasil não aceita um mundo em que as diferenças sejam resolvidas pela força militar. Ele disse ainda que a ONU está “paralisada“.

“Nossas posições sobre os casos ora em discussão no G20, em particular a situação na Ucrânia e na Palestina, são bem conhecidas e foram apresentadas publicamente nos foros apropriados, como o Conselho de Segurança da ONU e a Assembleia Geral da ONU”, disse ele.

Mauro Vieira durante encontro de ministros do G20 no Rio de Janeiro, em 21 de fevereiro de 2023 — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Além dos temas de interesse global, o evento no Rio também foi importante para que os chanceleres pudessem realizar encontros bilaterais, ou seja, reuniões reservadas com membros de outros países. Essas agendas são oportunidades para avançar em acordos econômicos e debater interesses em comum.

Apenas no primeiro dia, o ministro brasileiro participou de seis reuniões bilaterais com os seguintes países: França, Egito, Argentina, Canadá, Portugal e Rússia.

Na agenda com o ministro Sameh Shoukry, do Egito, o Brasil tratou das negociações em curso para o possível cessar-fogo em Gaza e para a libertação dos reféns em poder do Hamas.

Nesta quinta, o Itamaraty divulgou que o ministro brasileiro teria mais sete encontros bilaterais. Segundo a agenda, Mauro Vieira se encontrará com David Cameron, do Reino Unido; com a chanceler mexicana, Alicia Bárcena; o ministro de Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide; os representantes do Fórum de Diálogo entre Índia, Brasil e África do Sul (IBAS); a secretaria geral adjunta da ONU, Amina Mohammed; o chanceler do Japão, Yōko Kamikawa; e o chanceler da Turquia, Hakan Fidan.

Tema: reforma da ONU, FMI e Banco Mundial

Como presidente temporário do grupo, o Brasil escolheu três temas prioritários para serem discutidos ao longo do ano. Os temas são os seguintes:

  • Combate à fome, à pobreza e às desigualdades.
  • Transição energética e enfrentamento às mudanças climáticas.
  • Reformas das instituições multilaterais.

O presidente Lula (PT) tem repetido em seus discursos que considera que é preciso reformar instituições como a ONU, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

Em sua visita recente à Etiópia ele voltou a citar o tema. Segundo ele, a ONU não tem “dado conta” de resolver os problemas. “Os membros do Conselho de Segurança são os maiores produtores de armas. São os que detêm as armas nucleares. São os que têm direito de veto, e são os que não cumprem nada porque não se submetem ao próprio Conselho de Segurança”, afirmou o presidente.

Ele também fez críticas ao desempenho atual do FMI e Banco Mundial: “[Essas entidades] vão servir para financiar desenvolvimento dos países pobres ou vão continuar existindo para sufocar os países pobres?”.

O G20 é formado pelos seguintes membros:

  • África do Sul;
  • Alemanha;
  • Arábia Saudita;
  • Argentina;
  • Austrália;
  • Brasil;
  • Canadá;
  • China;
  • Coreia do Sul;
  • Estados Unidos;
  • França;
  • Índia;
  • Indonésia;
  • Itália;
  • Japão;
  • México;
  • Reino Unido;
  • Rússia;
  • Turquia;
  • União Europeia;
  • União Africana.




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Por: G1

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