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Com base na sentença, obtida pelo g1 nesta quarta-feira (1º), as investigações apontaram que o réu era membro do Primeiro Comando da Capital (PCC) e um “perigoso traficante“.
No documento consta, ainda, que integrantes da facção foram vistos na casa dele, e que os mais de 60 kg de cocaína, avaliados em R$ 7,5 milhões, seriam suficientes para abastecer o comércio de drogas em toda a Baixada Santista.
O juiz da 2ª Vara Criminal de Guarujá, Thomaz Correa Farqui, destacou que Pedroso é médico, proprietário de um casa em um condomínio de luxo e pertence à alta classe social.
Sendo assim, ele também foi condenado a pagar as custas do processo e 875 dias-multa de cinco salários mínimos cada — um total de R$ 6,1 milhões, considerando o valor de R$ 1.412 do salário mínimo de 2024.
Médico ortopedista foi preso por suspeita de envolvimento em execução de paciente, em Guarujá (SP) — Foto: Reprodução
Diante da Justiça, Pedroso negou ter praticado o crime. Os policiais encontraram a droga em um quarto temático do Corinthians onde, segundo o médico, o funcionário de um amigo estava hospedado.
O réu disse desconfiar que os entorpecentes seriam do homem. A versão, no entanto, foi contrariada pelas testemunhas apresentadas pela própria defesa de Pedroso. De acordo com elas, o cômodo geralmente ficava trancado e com o acesso era restrito.
“Certamente ele não permitiria que o estranho, ao invés de seu amigo [chefe do funcionário que estava hospedado na casa de Pedroso], dormisse no quarto onde guarda suas relíquias de torcedor aficionado, o qual mantinha trancado na maior parte do tempo”, afirmou o juiz.
O Pedroso afirmou que muitas pessoas frequentavam a casa dele porque é médico, diretor da torcida “Gaviões da Fiel” e bem relacionado com autoridades e políticos da cidade.
Ainda como justificativa para a movimentação no local, disse que o pai da esposa era dono de um cartório e o irmão Wagner Ribeiro é um empresário conhecido internacionalmente por já ter agenciado nomes do esporte como Neymar e Robinho.
Já sobre a visita de membros da facção criminosa, o médico disse que atendia diferentes pacientes. De acordo com Pedroso, um deles estava cumprindo prisão domiciliar e teria solicitado um laudo para fazer fisioterapia.
Para a Justiça, a narrativa de Pedroso não é coerente e o motivo do crime teria sido o desejo do réu de conseguir dinheiro de forma fácil.
“Embora já rico, morador de conduto de altíssimo padrão, resolveu aumentar seu patrimônio por meio da venda de drogas e do envolvimento com a maior organização criminosa do país”, destacou o juiz.
O g1 tentou contato com a defesa e com o irmão de Alexandre Pedroso Ribeiro, mas não os localizou até a última atualização desta reportagem.
Em 2021, a Polícia Civil apreendeu mais de 60 kg de drogas escondidas na mansão do médico, em Guarujá (SP) — Foto: Divulgação/Polícia Civil
De acordo com a autoridade policial, as drogas estavam embaladas em formato de tijolos e foram encontradas dentro de malas de viagem, mochilas e um saco de tecido jeans. No total, foram apreendidos pouco mais de 53 kg de cocaína, 11,5 kg de crack e quatro celulares.
Homem é executado dentro de hospital no Guarujá (SP)
O médico também é suspeito de envolvimento na execução de paciente no Hospital Santo Amaro. O caso ocorreu no dia 24 de abril de 2022. As câmeras de monitoramento do hospital flagraram Pedroso no momento do crime (veja o vídeo no início da reportagem).
A vítima, identificada como Gilianderson dos Santos, de 37 anos, foi morta a tiros por dois homens. Eles seguiram o médico após uma breve saída do local. A ação durou menos de um minuto.
Por: G1
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