Rosemeire morreu em Santos, no litoral de São Paulo, após dar entrada em um hospital relatando falta de ar. Segundo a irmã da dela, Célia Regina, a aposentada realizou “todos os procedimentos necessários” para garantir a própria segurança e a das crianças antes de se submeter à fertilização ‘in vitro’.
A parada cardíaca, de acordo com o médico cardiologista Marcelo Pilnik, é “consequência de uma arritmia cardíaca“. O profissional explicou também que “a principal causa do problema, que leva a uma parada cardiorrespiratória, é o infarto agudo do miocárdio”.
O médico cardiologista Rider Nogueira de Brito Filho, por sua vez, acrescentou que, ‘atrás’ de uma parada cardíaca, pode existir uma questão patológica, ou seja, relacionada a doenças, ou “qualquer coisa que esteja agredindo de forma muito intensa no organismo da pessoa, que acaba causando a morte. O último ‘evento’ desse processo é a parada cardíaca“.
Rosemeire morreu uma semana após dar à luz em Santos (SP) — Foto: Arquivo Pessoal
Procedimentos para engravidar
Ainda de acordo com o o médico Marcelo Pilnik, não há ‘ligação direta’ entre os procedimentos para engravidar e a ocorrência de parada cardíaca, porém, é preciso que sejam realizados com cautela. “Temos que tomar cuidado com a dose dos hormônios que são usados, pois se usados de maneira inadequada, podem causar fenômenos tromboembólicos [formação de trombo]”.
O médico Rider Nogueira apontou que alguns riscos podem estar envolvidos, uma vez que, em sua maioria, a fertilização assistida seria procurada por pessoas com idades mais avançadas.
“Algumas coisas têm que ser levadas em conta, como o uso de hormônios durante esse tipo de tratamento. O aumento da chance de trombose, hipertensão arterial e outras coisas que podem estar envolvidas. Para que o tratamento seja adotado, é muito importante uma análise médica e prévia da paciente”, complementou Rider Nogueira.
Rosemeire morreu uma semana após realizar o sonho de ser mãe — Foto: Arquivo Pessoal
Cardiologistas sobre gravidez após os 50 anos
Segundo Marcelo Pilnik, mulheres aos 50 anos normalmente já estão na menopausa e, nesse período, estão mais propensas a terem eventos cardiovasculares – infarto e Acidente Vascular Cerebral, o AVC -, “principalmente se associado a presença de outros fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, dislipidemia e obesidade”.
Apesar disso, o profissional ressalta que, em geral, “não existe uma contraindicação cardiológica para engravidar nesta faixa etária, desde que a paciente controle muito bem alguma eventual comorbidade que aumente o risco cardiovascular”.
O médico Rider Nogueira ressaltou o conceito de ‘gestação de risco‘. “No caso em questão, qualquer gestação acima dos 35 anos, ou abaixo dos 15, é considerada dessa forma. Além disso, podemos citar a presença de conflitos familiares, situação conjugal instável, uso de drogas ilícitas, álcool, fumo, riscos ocupacionais, entre outros, acabam levando a gente a considerar uma gestação de risco”.
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