Uma adolescente de 12 anos está internada há mais de dois meses no Complexo Hospitalar Irmã Dulce, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, onde, segundo a família, contraiu uma bactéria nos rins e, agora, corre o risco de ter os órgãos paralisados. A Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), que administra a unidade de saúde, afirma, porém, que a jovem já deu entrada com um quadro de insuficiência renal aguda.
A SPDM afirma ter solicitado a transferência da paciente, mas a Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), do Governo do Estado, nega que o pedido tenha sido feito.
Mirelly Silva Santos deu entrada no hospital em 29 de abril, após um lado do rosto ter paralisado e começado a inchar, conta a prima da adolescente Kelly Cristina da Silva Alvin.
A prima da paciente lembra que, tão logo sofreu a paralisia, ela teve febre, enjoos e vômito . Os sintomas mobilizaram a família até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sabambaia, de onde a menina foi encaminhada para tratamento na Unidade de Saúde da Família (Usafa) Ribeirópolis.
O quadro dela, porém, inspirava mais cuidados, de acordo com a parente, e a jovem precisou ser levada ao Complexo Hospitalar Irmã Dulce.
“Ela deu entrada no Hospital Irmã Dulce com os rins inflamados, com metade do rosto paralisado e muito inchada. Verificaram que os rins não estavam funcionando e começaram a hemodiálise […], que não estava funcionando. Mirelly passou por outra análise [exame], que contatou uma bactéria hospitalar, o que levou os rins a pararem de funcionar”, afirmou Kelly.
Adolescente contraiu bactéria que paralisa rins e mãe clama por ajuda e transferência hospitalar — Foto: Arquivo pessoal
A prima da paciente afirma, ainda, que Mirelly não tem atendimento de especialista na área. “O hospital afirma que ela está sendo atendida por um nefrologista, porém, minha tia disse que a única vez que viu o médico foi quando minha prima deu entrada no hospital”.
A prima da adolescente ressalta que Mirelly atualmente é acompanhada por clinico gerais e, portanto, precisa ser transferida para São Paulo para ser atendida por um médico especialista. “O caso dela é gravíssimo”, disse Kelly.
Em nota, a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), que administra o complexo hospitalar, afirmou que a paciente deu entrada no Hospital Irmã Dulce com insuficiência renal aguda e foi atendida pelo médico nefrologista de plantão. “A doença não tem relação com bactéria contraída no hospital. Ela aguarda transferência, via Cross, para hemodiálise ambulatorial”.
A mãe de Mirelly, Maria Nerci da Silva, disse ao g1 que funcionários do hospital pegaram os documentos da paciente afirmando que o nome dela seria inserido na fila da Cross. No entanto, de acordo com ela, “não passaram o número da fila e nem confirmaram se deram entrada”.
A reportagem entrou em contato com a Cross que negou a solicitação do hospital. “Não há pendência de caráter estadual no nome da paciente”.
Outra questão relatada pela família, é que a adolescente divide o quarto de enfermaria com seis idosos, e segundo informado por Kelly, a prima não pode receber visita para não contrair uma nova bactéria, porém, todos os outros pacientes recebem visitantes.
“Meu sentimento de mãe é de impotência. Eu só quero um tratamento adequado para minha filha. Eu estou clamando por ajuda de alguém que toque no coração para me ajudar”, desabafou Maria.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
Todos os créditos desta notícia pertecem a
G1 Santos.
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