A miss Brasil Intercontinental contou que desde criança ouvia conversas sobre a supervalorização corpo perfeito. “Tinha 10 anos e já escutava os meninos falando dos peitos e dos corpos das meninas na escola. Escutava comentários e brincadeiras na escola desde pequena”, diz.
Por tudo o que ouviu, ela começou a não aceitar o próprio corpo e a se comparar com outras mulheres. “Detestava meu corpo, eu me detestava. Não gostava do meu cabelo e não me aceitava de maneira alguma”.
Para ela, a opinião da sociedade, à época, contribuiu para o desejo de colocar silicone e ser aceita. “As mulheres se comparam umas com as outras, a sociedade faz a gente querer competir. E ainda tem a questão da hipersexualização e do machismo”, enfatiza.
A modelo conta ter feito o explante do silicone que havia colocado nos seios há mais de dez anos, após sentir muitas dores e queimações no local. Em conversa com o g1, Sabrina afirma que hoje, passado o período de sofrimento, se sente mais ‘confiante e sexy’.
Formada em direito, a miss Brasil Intercontinental lembra ter colocado os implantes de silicone aos 18 anos, quando morava em Bertioga, no litoral paulista. Atualmente, vive em Barcelona, na Espanha.
Miss confessa que a remoção do silicone foi libertadora — Foto: Arquivo pessoal
“Coloquei a prótese muito nova. Nessa idade a gente sorri mais do que pensa. Eu não tinha noção do que é uma cirurgia e uma anestesia. Não gostava do meu corpo. Coloquei silicone porque queria ter peito grande e era moda na época. A gente quer se encaixar”, conta.
Modelo contou ao g1 que aprendeu a amar e aceitar o próprio corpo — Foto: Arquivo pessoal
Os sintomas revelados por ela, eram sinais de que o corpo havia rejeitado as próteses. “É normal, depois de alguns anos, o corpo expelir e precisar trocar a prótese. Eu estava com fibrose e contratura de grau 1 e, por isso, meu peito estava muito dolorido”, explica.
Sabrina até pensou em trocar as próteses, mas chegou a conclusão de que poderia ter complicações. “Hoje em dia eu tenho mais consciência. Comecei a ver alternativas para retirar e participar de grupos de explante”.
Ela ressalta, porém, que a decisão não foi nada fácil: “Não foi uma decisão de uma hora para outra, porque é uma decisão complicada. Demorei um ano pensando até realizar a cirurgia. Fui [veio] ao Brasil para retirar a prótese com um médico especialista em explante”, lembra.
Sabrina afirma se sentir mais feminina e sexy após a remoção das próteses — Foto: Arquivo pessoal
Sabrina afirma que a retirada das próteses só melhorou a vida dela, que garante se sentir mais confiante. “Depois que eu tirei [a prótese] eu amei. Nem entendo a razão de ter colocado. Tenho o corpo que é para eu ter. Eu acho muito bonito meu peitinho, me sinto muito privilegiada de ter passado por uma cirurgia, ficar dez anos com a prótese, tirar e meu corpo reagir tão bem”, diz.
Foto da modelo antes do explante — Foto: Arquivo pessoal
Ela relata ter aprendido a valorizar outras coisas, como a saúde e não a pensar apenas na estética. “Talvez se eu tivesse 18 anos com a cabeça que eu tenho hoje, eu não colocaria [silicone], mas acho que precisei passar por esse processo para me entender e me conhecer”.
“Saúde em primeiro lugar, física e mental. Peito pequeno é lindo, é sexy. Me sinto muito mais sexy, utilizo muito mais decote. Me acho muito mais feminina com o peito pequeno”, afirma.
Conselhos para outras mulheres
Para quem tem o desejo de colocar silicone ou fazer cirurgia plástica, a modelo aconselha a buscar mudanças corporais de maneira natural. “Não busque por mudanças para ser igual ao outro. A gente tem que pensar na saúde, não na estética. A estética é uma consequência do nosso estilo de vida”.
“Seu corpo é a sua casa. Se ame e se respeite, pois é esse corpo que te leva para caminhar. Quer ajustar algo, faça o que faz bem para o seu corpo. Não tente ter o copo da Sabrina Sato, tente ter o seu corpo na melhor versão”, enfatizou.
Sabrina diz que apoia quem deseja realizar o explante. “Incentivo. Não há nada no mundo melhor do que estar saudável. É muito libertador. Nem todo mundo gosta de silicone ou pernas grandes. Você sempre vai se encaixar em algum lugar. A melhor maneira de se encaixar em algum lugar, é se encaixar em você mesmo”, finaliza.
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