William Morales, avô do garoto, contou ao g1 que passeava com o neto e a filha na última quinta-feira (7), quando o incidente ocorreu. “O menino se pendurou num galho da primeira seringueira da rua (Japão), próximo à pista de skate e a quadra. E logo ele falou: ‘uma cobra me mordeu’. Devia ser das pequenas”, explicou.
“Ele foi levado ao PS da Unimed de Praia Grande e, de lá, foi encaminhado para o HGA, que é referência nesse tipo de caso”, relatou William Morales.
O avô contou que o neto está tranquilo, que inclusive já voltou ao local onde for mordido. “É uma área da cidade que está abandonada. Tem lixo, mato e muito risco. Ontem [sábado] mesmo vi crianças brincando no mesmo local, podendo também ser mordidos por cobras. Isso é preocupante”.
O biólogo Eric Comin acredita que a criança tenha sido mordida por uma jararaca pequena. “Sei que tem aparecido outros tipos de corais, como cobra-coral. Mas as jararacas são muito comuns nessa região”.
“O veneno dos filhotes de jararacas é diferente das adultas, pois os bebês se alimentam de presas diferentes. Quando filhotes, essas cobras atacam sapos e lagartos, que são animais de “sangue frio”. Quando adultas, devoram ratos de ‘sangue quente’ e, por isso, precisam de uma ação do veneno diferenciada”, contou.
Comin acrescentou que, apesar de venenosas, as cobras bebês, a toxicidade delas é menor. “Outro fator de alívio para as potenciais vítimas: as cobrinhas não têm muita habilidade em se lançar contra as presas ou projetar seu veneno”.
Ele, que também frequentou o espaço por muitos anos, relatou o descaso quanto ao lixo no local, o que seria um fator decisivo para a presença de animais peçonhentos. “As pessoas, cada vez mais, jogam lixo por ali. O próprio ser humano cria um ambiente propicio para esse tipo de situação”
Em nota, a Prefeitura de São Vicente informou, por meio da Guarda Civil Municipal (GCM), que foi acionada, mas não encontrou a cobra no local. Já a Secretaria de Serviços Públicos (Sesep) informou que a Rua Japão, no bairro Bitaru, recebe constantemente o serviço de roçagem e limpeza.
Ainda de acordo com a GCM Ambiental, “é fundamental a colaboração dos munícipes para a conservação da limpeza do local, pois resíduos e restos de alimentos atraem roedores e, consequentemente, cobras que se alimentam deles”.
A prefeitura afirmou, ainda, que, caso alguém aviste um animal silvestre, a GCM recomenda que não tente se aproximar e os acione pelos telefones 153, 3467-7434 ou pelo WhatsApp (13) 99641-0112.
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