A mãe da vítima, Maria Silene da Silva, de 61 anos, contou ao g1 que soube do pedido de prisão na última quarta-feira (1). Ela revelou surpresa com a situação, pois não acionou o advogado ou o MPSP. Agora, no entanto, ela diz ter esperança de que o autor dos disparos seja preso. “Eu sofro até hoje”, disse.
“Esse pedido é uma luz, uma luzinha no final do túnel. Eu vou pedir Justiça. A família toda está pedindo Justiça”, ressaltou ela. Ao g1, o TJSP informou que o processo tramita em segredo de Justiça e sob sigilo externo, mas afirmou que a denúncia será apreciada por um magistrado.
Dez anos se passaram e eu calei a minha boca, mas agora estou com sede de Justiça
— Maria Silene da Silva, mãe de MC Primo
Ainda de acordo com Maria Silene, mesmo passados 10 anos do assassinato do filho, ela não teve respostas sobre qual teria sido a motivação.
“Ele não mexia com ninguém. Até hoje, eu tento descobrir o que aconteceu. Logo na semana do acontecido [da morte], os policiais da corregedoria [que apuram irregularidades administrativas] estiveram aqui e não encontraram os motivos”.
Jadielson da Silva Almeida, o MC Primo, foi morto de 2012, com 28 anos — Foto: Reprodução
MC Primo foi abordado por criminosos em uma motocicleta e em um carro branco quando chegava em casa, no bairro Jóquei Clube, em São Vicente. Antes de um homem encapuzado, segundo a investigação, ter efetuado os 11 disparos contra a vítima, ela pediu para que a mulher e os dois filhos entrassem rapidamente em casa.
À época, o Instituto Médico Legal (IML) informou que o corpo do funkeiro tinha quatro perfurações no tórax, duas na coxa direita, uma no ombro, três nas costas e um no punho esquerdo.
Conforme apurado pela reportagem, o MPSP teria encaminhado a denúncia e o pedido de prisão preventiva de um policial militar suspeito de ser o autor dos disparos ao TJSP em novembro desde ano.
Procurado, o TJSP confirmou ter localizado o processo, mas que este tramita em segredo de Justiça e sob sigilo externo. A entidade disse apenas que um magistrado apreciará o caso.
Em nota, a Polícia Militar esclareceu que “não é de competência da instituição quaisquer manifestações sobre ações do Ministério Público, tampouco decisões judiciais”.
O g1 entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) e foi informado de que o caso de MC Primo foi investigado pelo 2º Distrito Policial (DP) de São Vicente e encaminhado ao Poder Judiciário em maio de 2017.
MC Primo (à esq) ao lado do pai, Cícero Lurdes de Almeida, e da mãe, Maria Silene Almeida — Foto: Arquivo pessoal
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