Uma mulher de 34 anos denunciou o marido, de 54, por violência doméstica após chegar de um bar e ser agredida. Segundo um familiar da vítima, que preferiu não se identificar, o homem sumiu com a filha do casal, de 8 anos, e não dá notícias há uma semana.
De acordo com o Boletim do Ocorrência (BO), a moradora de Santos, no litoral de São Paulo, convive com o homem há 14 anos, sendo nove deles, casada. A vítima relatou que o marido é muito agressivo, e o relacionamento foi marcado por ameaças e agressões físicas.
No último dia 21, de acordo com o documento, a mulher saiu do trabalho e decidiu ir a um bar para pensar na relação, que estava conturbada. Assim que voltou para casa, o homem teria dado um tapa em uma sacola com remédios que ela segurava e começado a gritar: “louca, irresponsável e retardada”.
“Ele levou a criança, que já está há uma semana sem ir para escola. Ele disse que vai matar a família toda, que vai mandar invadir a casa e fazer uma chacina”, disse o familiar da vítima.
Ainda de acordo com o BO, o agressor também começou a puxá-la para o quarto e a dizer: “agora a gente vai conversar”. Consta no depoimento dado à polícia que o marido a jogou na cama e, quando ela tentou levantar, ele segurou pelo pescoço. Ao tentar escapar pela segunda vez, ele a empurrou com o ombro contra a cama.
Acionada por alguém que ouviu a discussão, a Polícia Militar foi ao endereço do casal e, segundo a vítima, naquele momento o agressor mandou que ela não gritasse, do contrário, “ele iria acabar com a raça dela, quebrá-la”. Então, trancou a mulher no quarto e não atendeu à equipe policial.
Ao g1, o familiar contou que recebeu uma ligação da vítima chorando e toda machucada. “Já tem um histórico de agressão. Ela escondia da gente para evitar uma desgraça. Mas, dessa vez, o pessoal do trabalho dela viu e ela criou coragem”, disse.
A mulher foi à Polícia quatro dias após ter sido agredida. Na última segunda-feira (28), a vítima conseguiu uma medida protetiva contra o marido. O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher de Santos como violência doméstica, lesão corporal e ameaça.
O familiar explicou que, após a denúncia, a delegada mandou buscar a criança, que não foi encontrada. A vítima está há oito dias sem ver a filha, mas não foi possível registrar o Boletim de Ocorrência, pois ele é o pai.
O parente acrescentou, ainda, que, mesmo com a ordem da juíza de esperar o divórcio para dividir os bens, o homem foi até a casa que morava e levou diversos itens.
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