Uma mulher, de 29 anos, foi condenada a seis anos de prisão por tentar matar o ex-namorado, de 31, em um motel, em Santos, no litoral de São Paulo. Segundo a acusação, em 2015, o homem teve os braços e pernas presos a uma cadeira erótica e foi esfaqueado no pescoço pela ex. A defesa da mulher vai recorrer da decisão. (leia ao final)
O Tribunal do Júri de Santos foi quem decidiu pela condenação de Jennifer Nunes da Silva por homicídio simples na forma tentada [tentativa de homicídio] contra Gustavo Santiago dos Reis. O júri desconsiderou a tese da defesa, de que a mulher teria agido em legítima defesa.
A acusação pontuou que na decisão não foram consideradas as qualificadoras de dissimulação e motivo torpe [repudiado moral e socialmente].
A defesa de Gustavo descreveu que ele e Jennifer tiveram um relacionamento que chegou ao fim 10 dias antes do ocorrido. No entanto, a mulher disse querer uma última noite com ele num motel insinuando, inclusive, fantasia sexual.
No local, porém, ela efetuou o atentado contra o ex-companheiro. O caso aconteceu em um motel de Santos, no dia 29 de maio de 2015. De acordo com a defesa de Gustavo, ele ficou com diversas marcas pelo corpo, incluindo uma na nuca, resultado de uma facada.
No motel, a mulher teria o imobilizado em uma cadeira erótica e tentado fazer com que a vítima ingerisse uma série de medicamentos, o que não aconteceu, então ela começou a esfaqueá-lo.
A advogada Renata Soares atuou na defesa de Gustavo. Ao g1, ela ressaltou que a vítima foi amarrada à cadeira erótica com “enforca-gatos”, que são lacres plásticos.
Mulher foi condenada a seis anos de prisão e irá recorrer em liberdade; imagem ilustrativa — Foto: Reprodução
O advogado Uriel Pinto de Almeida foi assistente na acusação de Jennifer. Em entrevista ao g1, ele disse que a mulher teria simulado, em nome de Gustavo, uma carta de suicídio no motel. A perícia, porém, descartou que o recado tivesse sido escrito por ele. Almeida também descreveu que Gustavo conseguiu escapar da cadeira erótica forçando as amarras de todas as formas possíveis.
Ao g1, o advogado de defesa de Jennifer, Daniel da Silva Castelo Oliveira, disse que a condenação dela foi “um grave retrocesso nas políticas judiciárias de combate à violência doméstica e de gênero.”
Oliveira destacou que o processo contra Jennifer “é prova viva e documentada de que o Estado, por suas instituições, não se encontra preparado para acudir a vítima de violência de gênero quando esta leva a melhor no confronto com seu agressor, defendendo sua vida de uma injusta, covarde e cruel agressão”.
O advogado explicou que a pena aplicada a Jennifer foi de seis anos de reclusão em regime fechado, mas que a acusada irá apelar em liberdade e solicitará um novo julgamento.
O representante disse, ainda, que a pena foi “exagerada” e “desproporcional” e viola os artigos 59 e 68 do Código Penal e as Súmulas de Jurisprudência 269/STJ, 440/STJ, 718/STF e 719/STF.
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
Todos os créditos desta notícia pertecem a
G1 Santos.
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