O acidente aconteceu na faixa de areia da praia localizada no bairro Nova Mirim. De acordo com a secretaria estadual de Segurança Pública (SSP), policiais militares foram acionados e, ao chegarem no local, um primo da vítima relatou o que aconteceu na praia. Segundo ele, durante a queima de fogos, um rojão atingiu a mulher e se prendeu no corpo dela. Antes que eles conseguissem retirá-lo, ele explodiu. O fogo de artifício não era da família.
O g1 conversou, neste domingo, com Luiza Ferreira, de 20 anos, que estava no local. Ela relatou que havia muitos fogos irregulares na areia. Por esse motivo, ela e a família decidiram se afastar e ficar mais perto do calçadão.
Luiza disse que parou em frente ao local do acidente e foi possível ver a agonia dos familiares da vítima e de algumas pessoas que estavam próximas à ela. Segundo Luiza, ela percebeu um ‘clarão’ e, em seguida, ouviu os gritos de socorro.
“Quando deu meia-noite em ponto, eu abracei a minha mãe e vi um clarão muito forte. Logo em seguida, todo mundo começou a gritar. Quando eu fui olhar, vi uma mulher caída no chão toda sangrando, e o rapaz que estava com ela caído também. Nisso ele levantou, mas quando ele percebeu como ela estava, ele se ajoelhou já ‘sem chão’. Foi uma correria, descreveu.
Homem que seria o namorado da vítima ficou de joelhos no chão ao perceber como a mulher ficou após a explosão — Foto: Reprodução/Boca no Trombone PG
Luiza afirmou que mesmo sem conhecer a vítima, ficou em desespero e imediatamente os familiares saíram da praia. “Foi algo bem rápido. Não era aqueles estalinhos, eram fogos mesmo, daqueles de explosão. Soube que o fogos foram no cabelo dela e o namorado dela, o rapaz que estava ajoelhado, tentou retirar as faíscas do cabelo dela e sofreu queimaduras. Não deu tempo de ele socorrer ela, pois os fogos atingiram o peito dela”, conta.
A reportagem também conversou com uma das policiais militares que atenderam a ocorrência, mas preferiu não ser identificada. Ela confirmou que o homem, que seria o namorado da vítima, tentou protegê-la e ficou ferido.
“Tanto como profissional e como pessoa o sentimento é de tristeza. A família estava lá para comemorar o Ano Novo. Algum irresponsável soltou fogos de maneira errada e terminou nessa tragédia. Ver os filhos, a mãe e as irmãs da vítima, todos desesperados, me fez chorar de verdade, não deu para segurar. Ela deixou dois filhos, um de 12 anos e um de 18”, disse a policial.
Além da PM, o SAMU também atendeu o caso. De acordo com a Prefeitura de Praia Grande, o serviço foi acionado para atender uma vítima de queimadura e explosão ocasionada por fogos de artifícios. Os profissionais identificaram que a mulher foi atingida pelo artefato na região do tórax, e o óbito foi constatado.
Segundo a SSP, o local foi preservado e a perícia foi chamada. A ocorrência foi registrada como homicídio e lesão corporal culposa na Central de Polícia Judiciária de Praia Grande (CPJ). O caso foi encaminhado ao 1°Distrito Policial (DP) da cidade, que investiga o caso para encontrar o autor do crime.
Em nota, a Prefeitura de Praia Grande ressaltou que, de acordo com Lei Municipal N° 744, de outubro de 1991, é proibido a venda e comercialização de fogos de artifício na cidade.
Queima de fogos em Praia Grande — Foto: Amauri Pinilha/Prefeitura de Praia Grande
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