Um projeto de dança voltado às mulheres em Santos, no litoral de São Paulo, tem feito mais do que mexer com o corpo das participantes. Ele as ajuda a recuperar a autoestima e, consequentemente, a curar as dores de relacionamentos abusivos ou doenças, como a depressão. Nesta quarta-feira (8), Dia Internacional das Mulheres, elas garantem: nada melhor que a dança para celebrar a liberdade.
Patrícia Rodrigues Barbosa, de 47 anos, é uma das alunas do projeto Empodere-se (saiba mais abaixo). Ao g1, ela contou ter perdido sete anos da vida dela em um relacionamento abusivo e, graças à dança, conseguiu se reconstruir e tocar ao lado dos três filhos, o mais novo com menos de um ano.
“Estava com minha autoestima no dedão do pé, até que vi duas opções: ficar chorando ou tentar mudar minha história”, contou ela, que resolveu literalmente mexer o corpo, sacudir a poeira e dar a volta por cima.
“Não é só dança, é acolhimento. Dançamos para sermos felizes e não para nos profissionalizarmos. Saímos cada mais felizes [das aulas] do que entramos”, contou Patrícia.
Mulheres relatam terem sido libertas pela dança em projeto que eleva autoestima feminina — Foto: Arquivo Pessoal
Célia Goes dos Santos, de 42 anos, afirmou ter superado a depressão com a dança. Ela e as duas filhas gêmeas, agora com 12 anos, começaram a apresentar os sinais da doença depois de terem testado positivo para a Covid-19, em 2021. No ano passado, elas foram convidadas para o projeto.
“Senti uma energia tão maravilhosa, uma alegria tão imensa dentro de mim, que minha autoestima subiu para o nível mais alto possível. Me superei. A gente não dança para ser bailarina, mas para ser feliz”, desabafa.
Célia, as filhas e Patrícia são algumas das alunas do projeto Empodere-se, criado em 2015 pela instrutora de dança Danny Martins, de 38 anos.
Após mais de uma década dando aulas em academias tradicionais de dança, Danny diz ter percebido que algumas alunas eram pré-julgadas e repreendidas por não terem o corpo dito como padrão pela sociedade. Ao mesmo tempo, sentia falta de um acolhimento maior entre as mulheres nos grupos.
“Resolvi criar um diferencial e usar a dança como ferramenta. Nos encontros, além de movimentar o corpo, fazemos atividades em grupo e rodas de conversa que elevam nossa autoestima e confiança”, disse.
Quem dança, os males espanta
A dança faz o corpo liberar adrenalina e cortisol, hormônios do estresse. Com isso, a pessoa relaxa e o cérebro libera endorfina, dopamina e serotonina, hormônios que dão a sensação de prazer.
Por isso, a dança pode ajudar a aliviar tensão, nervosismo e ansiedade, além de ser um exercício que fortalece o corpo e previne lesões.
A dança pode ajudar a aliviar tensão, nervosismo e ansiedade, além de ser um exercício que fortalece o corpo e previne lesões. — Foto: Arquivo Pessoal
As aulas do projeto Empodere-se são gratuitas e acontecem em cinco Vilas Criativas de Santos. As inscrições são feitas diretamente nas unidades. Interessadas devem apresentar vias originais e cópias do RG, CPF e comprovante de residência em Santos.
- Vila Criativa – Vila progresso
Terças e quintas-feiras, às 20h
- Vila Criativa – Penha
Terças e quintas-feiras, às 15h e às 16h
- Vila Criativa – Campo Grande
Terças e quintas-feiras, às 17h30
- Vila Criativa – Encruzilhada
Segundas e sextas-feiras, às 11h
- Vila Criativa – Saboó
Segundas e sextas-feiras, às 20h.
Todos os créditos desta notícia pertecem a
G1 Santos.
Por: G1
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