No discurso de encerramento da Cúpula do G20, na Índia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que questões geopolíticas não podem sequestrar a agenda do grupo. A última sessão do encontro, que ocorreu em Nova Délhi, foi feita neste domingo (10).
Lula fez a afirmação ao explicar como o Brasil irá organizar os trabalhos do G20 enquanto estiver à frente do bloco. O mandato brasileiro começa em dezembro deste ano e terminará em novembro de 2024.
Segundo o presidente, não interessa um “G20 dividido”.
“Só com uma ação conjunta é que podemos fazer frente aos desafios dos nossos dias. Precisamos de paz e cooperação em vez de conflitos”, disse.
No sábado (9), durante entrevista ao canal indiano “Firstpost”, Lula disse que convidará o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
“Eu acho que o Putin pode ir tranquilamente para o Brasil. Eu posso lhe dizer, se eu for o presidente do Brasil e ele for ao Brasil, não há por que ele ser preso”, afirmou.
Na mesma entrevista, Lula disse que o G20 não é o fórum adequado para discutir a guerra na Ucrânia e afirmou que o Brasil deseja participar dos esforços para a paz.
Brasil na presidência do G20
No discurso, Lula adiantou como o Brasil deve trabalhar à frente do G20. Segundo o presidente, a liderança do país se baseará em três prioridades:
- inclusão social e combate à fome;
- transição energética;
- reforma das instituições de governança global.
Segundo Lula, o lema da presidência brasileira no G20 será “Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”.
Lula prometeu ainda a criação de duas alianças globais, sendo uma para combate à fome e à pobreza e outra para a mudança do clima.
“Precisamos redobrar os esforços para alcançar com a meta de acabar com a fome no mundo até 2030. Caso contrário, estaremos diante do maior fracasso multilateral dos últimos anos”, disse.
Além disso, Lula disse que o Brasil pretende organizar os trabalhos do G20 em três orientações gerais:
- fazer com que as trilhas políticas e de finanças trabalhem de forma mais integrada, com recursos necessários para implementação de políticas públicas;
- ouvir a sociedade, assegurando a expressão e recomendação de grupos de engajamento;
- não deixar que questões geopolíticas sequestrem a agenda de discussões do bloco.
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Por: G1
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