O que se sabe e o que falta saber sobre acidente de avião no Nepal; passageiro filmou momento da queda

Veja, a partir das perguntas abaixo, o que se sabe e o que ainda falta esclarecer sobre o acidente.

Quando e onde aconteceu o acidente?

O avião, um ATR-72 da companhia Yeti Airlines, saiu de Katmandu, capital do Nepal, com 72 pessoas a bordo. Ele caiu pouco antes das 11h do domingo, no horário local (02h15 no horário de Brasília), perto de Pokhara, onde deveria pousar.

A aeronave em chamas foi encontrada em um precipício de 300 metros de profundidade, entre o antigo aeroporto construído em 1958 e o novo terminal internacional inaugurado em 1º de janeiro em Pokhara, porta de entrada para alpinistas do mundo todo.

Quantas pessoas morreram? Há desaparecidos?

Autoridades do Nepal confirmam que, até esta terça-feira (17), 71 corpos foram encontrados. Uma pessoa seguia desaparecida por volta das 11h – horário de Brasília -, mas a polícia local afirma que todos os ocupantes do avião morreram.

Segundo o policial AK Chhetri disse à AFP, as buscas pelos corpos desaparecidos foram retomadas nesta terça, com a ajuda de quatro drones. Os agentes também ampliaram o raio de busca.

As caixas pretas do avião foram encontradas? O que elas podem revelar?

As equipes de busca e resgate encontraram as caixas-pretas do acidente na segunda-feira (17). Elas possuem os gravadores de voz da cabine e dados do voo. A informação inicial é de que elas estão em boas condições.

As gravações podem esclarecer o que causou o desastre. O tempo estava firme, e o piloto não informou nenhum problema à torre.

Qual é o modelo do avião?

O ATR72 da fabricante de aviões europeia ATR é um avião turboélice bimotor amplamente utilizado, fabricado por uma joint venture da Airbus e da italiana Leonardo. A Yeti Airlines possui uma frota de seis aviões ATR72-500, de acordo com seu site.

Há informações sobre as vítimas?

Um representante da companhia aérea informou que, dentre os ocupantes estavam duas crianças, quatro tripulantes e 15 estrangeiros. O avião levava, além de 57 nepaleses, cinco indianos, quatro russos, um irlandês, dois sul-coreanos, um australiano, um francês e um argentino, disse uma autoridade do aeroporto do Nepal.

Os hospitais da região começaram a entregar às famílias os corpos das vítimas nesta terça.

Entre as vítimas, está a copilota Anju Khatiwada. Ela começou a trabalhar na companhia aérea dona da aeronave em 2010, seguindo os passos de seu marido, um piloto que havia morrido em um acidente quatro anos antes.

Segundo o jornal britânico “The Guardian”, um amigo próximo confirmou a identidade de um passageiro que fez uma gravação de dentro do avião (veja o vídeo com começo da reportagem). Ele se chama Vishal Koswal. Outros três homens que aparecem no vídeo também foram identificados por esse amigo. A informação foi confirmada pela polícia local, segundo o jornal.

O que mostram as imagens do acidente?

Um vídeo (veja no começo da reportagem) feito por um passageiro registra a aeronave se aproximando do solo. Nele, é possível ver que os passageiros estão calmos e não há qualquer indicação de que havia algum problema com o avião. Logo depois, a imagem fica confusa, e é possível ouvir gritos. A transmissão termina mostrando destroços em chamas e o que parece ser barulho de fogo.

O g1 entrou em contato com a Meta, companhia que administra o Facebook, para confirmar a veracidade dessa transmissão, mas não obteve resposta até a última atualização dessa reportagem.

Outro vídeo publicado nas redes sociais mostra a queda do avião momentos antes do impacto. Nas imagens é possível ver a aeronave balançando no ar e fazendo uma inclinação para a esquerda antes de cair. Assista abaixo:

O Nepal tem histórico de acidentes aéreos?

O acidente deste domingo é o mais mortal no Nepal desde 1992, quando todas as 167 pessoas a bordo de um avião da Pakistan International Airlines morreram após a aeronave cair perto de Katmandu.

O setor aeronáutico do Nepal cresceu nos últimos anos. Porém, as empresas sofrem com problemas de segurança devido à falta de treinamento da equipe e a problemas de manutenção. A União Europeia proibiu todas as transportadoras nepalesas de entrar em seu espaço aéreo.

O país também possui algumas das pistas mais remotas e complicadas do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que tornam a aproximação desafiadora até mesmo para pilotos experientes

As companhias indicam que o Nepal não possui infraestrutura para estabelecer previsões meteorológicas precisas, principalmente nas regiões mais remotas e de difícil relevo montanhoso, onde foram registrados acidentes fatais nos últimos anos.

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