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Pai de lutador morto por atirador diz que filho prometeu abraçá-lo minutos antes do crime: ‘até hoje não chegou’

today14 de outubro de 2022 42

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O pai do tricampeão mundial de jiu-jitsu que foi morto a tiros por um homem que invadiu um restaurante de comida japonesa em Praia Grande, no litoral de São Paulo, disse que o filho ligou para ele momentos antes de ser morto. Segundo ele, o atleta afirmou que iria na casa dele dar um abraço de feliz aniversário. Thaynã Higor tinha 25 anos e foi sepultado nesta sexta-feira (14), no Cemitério da Consolação, em Guarujá.

Além do jovem, um idoso de 67 anos, identificado como Walter Ramos, também foi morto a tiros em frente ao estabelecimento na noite desta quarta-feira (12). Uma câmera de segurança registrou toda a ação (veja no vídeo abaixo). O atirador foi preso momentos depois em uma pizzaria, onde também fez reféns.



Homem mata duas pessoas à queima roupa em restaurante e tenta fugir em Praia Grande, SP

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Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da TV Globo, Hélio Dias da Silva, pai de Thaynã, afirmou que o filho era um menino de ouro, além de ser trabalhador e honesto.

Silva também relatou que o filho tinha sonhos e havia comprado há pouco tempo um terreno, onde construiria a casa própria, além de ter noivado e planejado se casar no próximo ano.

Foragido da Justiça mata duas pessoas em Praia Grande, SP

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O pai do lutador também lamentou a morte do filho, que aconteceu no mesmo dia do seu aniversário. Poucas horas antes de ser baleado, Thaynã havia ligado para o pai para desejar feliz aniversário e prometeu ir abraça-lo.

“Ele disse pai, você está em casa velhinho? Está ficando mais velho, né? Vou passar ai para te dar um abraço. Estou em Praia Grande, vou te dar um abraço, dormir na casa da minha namorada e de lá vou trabalhar. E meu filho até hoje não chegou”, descreveu a ligação.

Walter Ramos, de 67 anos, é uma das vítimas de atirador que invadiu restaurante japonês, em Praia Grande, SP — Foto: Arquivo Pessoal- redes sociais

A Prefeitura de Guarujá decretou luto oficial de três dias em razão do falecimento do paratleta guarujaense, que era morador do bairro Pae Cará, em Vicente de Carvalho.

De acordo com a administração municipal, Thaynã foi beneficiário do Programa Bolsa Incentivo ao Atleta, mantido pelo município, destinado a apoiar esportistas que competem representando a cidade, onde iniciou a carreia aos 13 anos de idade.

“A Prefeitura de Guarujá lamenta profundamente o prematuro falecimento, em circunstâncias trágicas, se solidariza com amigos e familiares e aguarda a apuração dos fatos pelas autoridades policiais”, afirmou a administração municipal, por meio de nota.

Criminoso teria confundido campeão mundial de jiu-jitsu e idoso com seguranças de bar antes de matálos — Foto: Reprodução

Thaynã Higor estava aguardando um transporte quando foi abordado pelo criminoso, por volta das 23h, em frente ao restaurante Katsuya, localizado na avenida Marechal Mallet. Uma câmera de segurança registrou o momento em que o homem atira contra o paratleta, que morreu no local.

Depois, o atirador entrou no estabelecimento e atirou contra Walter Ramos Filho. Em seguida, o homem fugiu. Ele foi perseguido por moradores, entrou em uma pizzaria e fez reféns, mas acabou sendo preso.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Praia Grande, Walter chegou a ser atendido pelo Serviço de Atendimento de Emergência (Samu) e encaminhado em estado grave para o Hospital Municipal Irmã Dulce. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu nesta quinta-feira.

Polícia investiga motivo que levou procurado da Justiça a atirar em duas pessoas

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Maurício Souza Alves, de 35 anos, teve a prisão preventiva decretada nesta quinta-feira (13) e foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Praia Grande. O atirador estava foragido desde março deste ano, quando recebeu o benefício de saída temporária e não retornou ao presídio.

Segundo a polícia, antes dos disparos, Maurício estava em um bar localizado ao lado do restaurante japonês. No primeiro local, ele teve a entrada barrada por seguranças por conta do estado “alterado”, com sinais de embriaguez. O homem, segundo testemunhas, deixou o estabelecimento contrariado e, na volta, confundiu os ambientes e as vítimas.

O tricampeão mundial pela Confederação Brasileira Paradesportiva de Jiu-Jitsu (CBPJJ) Thaynã Higorfoi a primeira vítima do atirador em Praia Grande.

Ele tinha uma lesão no plexo braquial, que limitava os movimentos e a desenvoltura muscular do braço esquerdo, por conta de um erro médico durante o seu parto. A limitação, porém, foi superada pelo talento e a força de vontade do lutador, que sonhava com o crescimento da modalidade.

Thayná conquistou o bicampeonato mundial em Abu Dhabi em abril de 2018 — Foto: Arquivo Pessoal

O atleta começou a treinar jiu-jitsu em 2010. Mesmo com a oficialização de alguns torneios para pessoas com deficiência, ele não deixou de lutar em torneios convencionais, para pessoas sem deficiência.

Os campeonatos para a categoria dele no Brasil começaram em 2014. Ele foi tricampeão brasileiro e mundial nos campeonatos organizados pela Confederação Brasileira Paradesportiva de Jiu-Jitsu (CBPJJ). Em 2018, ele sagrou-se bicampeão do Abu Dhabi World Festival Para Jiu-Jitsu, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

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