Um idoso, de 61 anos, e os dois filhos, de 26 e 37, presos suspeitos de matarem um vizinho, de 45, alegaram à polícia que o desentendimento começou após o cachorro da família ter mordido o cão da vítima, há 40 dias. Os conflitos se tornaram frequentes até o dia em que atropelaram, agrediram e deram pauladas no homem até a morte em Itanhaém, no litoral de São Paulo.
Em entrevista ao g1, neste sábado (9), o delegado responsável pela investigação, Vanderlei Cavalcante, afirmou que o motivo é fútil e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
“Um dos autores tem um cachorro que teria mordido o cachorro da vítima, isso há uns 40 dias. Só que todas as vezes que eles se encontravam, tinha discussão entre eles, então foi fomentando esse desentendimento”, disse Cavalcante.
Imagens obtidas pelo g1 mostram a vítima sendo atropelada e, logo em seguida, sendo agredida pelo trio em frente a um mercado. Pouco depois, o veículo segue a vítima, que continua sendo agredida. É possível ouvir alguém dizendo: “Vai matar o cara […] Olha bem o que você está fazendo”.
Para o delegado, apesar da duração da discussão, o crime não foi premeditado. “[Eles] não têm passagem, todos trabalhavam. Um caso que até choca em razão disso. Uma vida que se perde e três que foram à cadeia: dois irmãos jovens e o pai”.
Segundo ele, o trio disse que a vítima estava alcoolizada e os provocou. “Eles falam que a intenção não era matar, mas que a vítima estaria também com uma faca, teria inclusive acertado de raspão nos autores”.
Um dos irmãos estava na direção do veículo e foi para cima da vítima, mas eles negam que tenham atropelado. “Mas pelas imagens não tem como negar”, ressaltou o delegado.
Os familiares responderão por homicídio qualificado por motivo fútil por recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A pena que pode variar de 12 a 30 anos de reclusão. Eles foram conduzidos à cadeia de Peruíbe, onde permanecem à disposição da Justiça.
Vítima foi atropelada por trio antes de ser agredida até a morte, em Itanhaém (SP) — Foto: Reprodução
Por meio de testemunhas e imagens de monitoramento, policiais civis do 3° Distrito Policial (DP) do município apuraram que, em decorrência de uma briga com o vizinho, os irmãos e o pai deles espancaram a vítima até a morte. O crime ocorreu em 28 de fevereiro.
Segundo a Polícia Civil, os irmãos teriam atropelado a vítima e iniciado as agressões com chutes e pauladas. O vizinho tentou fugir, mas o pai dos rapazes o impediu e desferiu socos e chutes.
Em seguida, um dos irmãos golpeou a cabeça do vizinho até a morte com um pedaço de madeira. O trio fugiu do local e a vítima foi encontrada morta caída na rua, com perfuração no peito e lesão na cabeça.
No dia seguinte ao crime, os investigadores encontraram o veículo, usado para atropelar a vítima e na ação dos envolvidos. O carro estava abandonado no bairro Jardim Guapurá e foi apreendido, periciado e encaminhado ao pátio.
Com os mandados de prisão preventiva, os policiais realizaram buscas nos endereços de familiares, na manhã da última quarta-feira (6), e descobriram o lugar em que eles se escondiam, no mesmo bairro em que o carro foi achado.
Os investigadores foram recebidos por um dos irmãos, que autorizou a entrada da equipe no imóvel, sendo que ali estavam os outros dois envolvidos, bem como demais familiares. Os presos foram levados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, em seguida, à delegacia, onde o caso foi registrado como captura de procurado. Os suspeitos permaneceram à disposição da justiça.
Pai e dois filhos foram presos suspeitos de matar vizinho com golpes de pauladas em Itanhaém (SP) — Foto: Polícia Civil/Divulgação
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