O conflito, em seu 11º dia, já tem 4.400 mortos — 3.000 palestinos e 1.400 israelenses, a grande maioria civis.
Amira, de 44 anos, instalou-se com os filhos no pátio do hospital Nasser, em Khan Yunis, no sul do pequeno enclave palestino, para onde um milhão de habitantes foram deslocados desde que o Exército de Israel ordenou-lhes que abandonassem o norte.
“Faz uma semana que não tomamos banho, a morte seria mais misericordiosa”, disse, enquanto preparava sanduíches com o pouco pão que conseguiu recuperar.
Explosão em hospital em Gaza causa centenas de mortes — Foto: Arquivo Pessoal
“Se a água e o combustível não voltarem imediatamente a Gaza, seus habitantes estão em perigo iminente de morte, ou de epidemias”, afirma o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Até agora, a única abertura para o mundo da Faixa de Gaza que não está nas mãos de Israel – a passagem de Rafah para o Egito – permanece fechada.
A região foi bombardeada pela quarta vez na noite de segunda-feira (16). Israelenses, egípcios e americanos não conseguem chegar a acordo sobre um mecanismo para levar ajuda, tirar estrangeiros de Gaza e dar as garantias de segurança exigidas pelos egípcios e israelenses.
Embora Israel alegue ter restabelecido, parcialmente, o abastecimento de água, aporta apenas menos de 4% do consumo anterior à guerra.
Imagens do hospital Al-Shifa, em Gaza, para onde foram levadas vítimas do ataque a outro hospital. — Foto: Anadolu via Reuters Connect
Busca por abrigo e socorro
No último dia 10, três depois do começo da guerra entre Hamas e Israel, os hospitais da Faixa de Gaza já estavam sobrecarregados. Na época, as estimativas eram de 765 palestinos mortos e outros 4 mil feridos.
Os bombardeios de Israel danificaram o hospital Beit Hanoun, no norte, e o serviço de medicina neonatal do hospital Al-Shifa.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza alertou que a falta de material médico deve levar a uma catástrofe no território palestino, habitado por 2,3 milhões de pessoas. Oito hospitais “não são suficientes para responder às necessidades dos cidadãos”, ressaltou.
Muitas famílias que ficaram desabrigadas encontraram refúgio nos corredores do hospital Al-Shifa e em seus jardins. Após serem atendidas, não têm para onde ir.
“Minha casa foi totalmente destruída, assim como todas aqui”, diz Abu Ashour Sukayk, de 39 anos. “Foi uma noite sombria para mim, para a minha mulher e para as minhas crianças”.
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G1 Mundo.
Por: G1
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