A colisão aconteceu na terça-feira (2) no aeroporto de Haneda, na capital japonesa, e provocou uma explosão instantânea em ambas as aeronaves e uma bola de fogo na pista onde houve o choque.
Cinco dos seis ocupantes da aeronave da Guarda Costeira morreram, mas todos os 379 ocupantes do voo da Japan Airlines sobreviveram.
No entanto, segundo a TV pública NHK, os pilotos da Japan Airlines não estavam cientes do incêndio antes de serem informados pela tripulação. O chefe dos comissários de bordo relatou o fogo à cabine de comando e pediu permissão para abrir as saídas de emergência, informou a emissora.
Também nesta quinta, as investigações apontaram um novo indício que pode ajudar a esclarecer por que houve a colisão.
Segundo um boletim de reguladores dos Estados Unidos sobre o aeroporto de Haneda feito antes da colisão de terça-feira, uma faixa inteira de semáforos da pista onde houve o choque estava fora de serviço, e havia um aviso aos pilotos sobre a falha.
Isso poderia explicar por que a aeronave da Guarda Costeira estava parada na pista mesmo antes de receber permissão para decolar. Segundo a Guarda Costeira, o piloto da aeronave – o único sobrevivente entre os seis tripulantes e internado em estado grave – relatou ter recebido permissão para taxiar na pista.
Na quarta-feira (3), o órgão que conduz as investigações confirmou, através da transcrição do diálogo com a torre de comando, que o avião da Japan Airlines recebeu autorização para pousar na mesma pista, como havia alega a companhia no dia da colisão.
O diálogo também sugere, segundo disseram os investigadores à imprensa, que o avião da Guarda Costeira foi instruído a ficar próximo à pista.
Avião da Japan Airlines pega fogo em aeroporto de Tóquio no dia 2 de janeiro de 2024 — Foto: GloboNews/Reprodução
Logo após o pouso, a aeronave começou a se encher de fumaça, com bebês chorando e passageiros implorando para que abrissem as portas. A evacuação começou em dois tobogãs na frente da aeronave.
A JAL indicou que havia apenas uma saída adicional, na parte traseira esquerda, que estava a salvo do fogo, mas a comunicação interna não estava funcionando, então os pilotos não podiam autorizar seu uso.
Os comissários consideraram urgente desembarcar os passageiros pela porta traseira, então a abriram sem permissão, conforme treinados.
Demorou 18 minutos para que todos os passageiros deixassem a aeronave, sendo o piloto o último a sair.
Logo depois, o avião foi engolido pelo fogo, e dezenas de caminhões de bombeiros tentaram apagar as chamas, o que levou oito horas.
“Honestamente, pensei que não sobreviveria. Eu escrevi para minha família e amigos dizendo que meu avião estava em chamas”, contou uma passageira à NHK.
“Os passageiros pareceram seguir as instruções ao pé da letra”, comentou Terence Fan, um especialista na indústria aérea, à AFP.
Aeronave da Japan Airlines pega fogo em aeroporto de Tóquio no dia 2 de janeiro de 2024 — Foto: Issei Kato/Kato
Investigadores do Japão, França, Reino Unido e Canadá analisavam nesta quinta-feira o acidente, com os destroços carbonizados de ambas as aeronaves em uma das pistas do Aeroporto de Haneda.
Transcrições das comunicações dos controladores de tráfego aéreo divulgadas pela imprensa revelaram que a torre de controle havia aprovado o pouso do voo da JAL.
No entanto, a aeronave da Guarda Costeira teria sido instruída a se dirigir a outra parte da pista, mas não o fez.
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