Ao g1, o delegado do DP Sede de Ilha Comprida, Carlos Eiras, ressaltou que Gutenberg Peixoto Alves de Souza está foragido, mas, “ele sendo ou não achado, será indiciado por esse homicídio e pela ocultação de cadáver“. A Justiça já decretou a prisão temporária do homem.
Em relação às investigações, Eiras contou que várias testemunhas disseram que a jovem deixou de ser vista após três meses morando com o pai. O delegado disse aguardar os resultados do Instituto Médico Legal (IML) para saber se a ossada, de fato, é de Agata.
Além do sumiço da adolescente, o delegado listou como indícios contra Gutenberg a ossada no quintal, as “mentiras” sobre o paradeiro da garota, o medo que ela tinha do pai e o desaparecimento dele ao ser questionado por familiares.
Para o delegado, as provas são suficientes para o indiciamento do homem e para iniciar um processo pela condenação dele.
Polícia acredita que ossada encontrada seja de jovem de 17 anos que está desaparecida. Ela morava na casa com o pai — Foto: Arquivo pessoal e Rinaldo Rori/g1 Santos
O delegado disse à reportagem que a ex-madrasta de Agata relatou tê-la visto ser molestada pelo pai. Testemunhas também informaram que o homem se mostrava muito protetor com a adolescente. “[Esse comportamento] de ficar protegendo até demais é típico de quem está molestando realmente“.
“Todavia não conseguimos achar ninguém a quem ela teria relatado isso, além da ex-madrasta que relatou esses eventuais abusos. Até as amigas íntimas dela falaram que ela nunca falou nada sobre essa questão de abuso”, disse o delegado.
Menina de 17 anos pode ter sido morta pelo pai e enterrada no quintal de casa em Ilha Comprida, no litoral de SP — Foto: Rinaldo Rori/g1
Os restos mortais encontrados, na manhã de sexta-feira (11), estavam envolvidos por uma rede e um lençol. De imediato, o Instituto de Criminalística (IC) foi solicitado para periciar a cena do crime. O Instituto Médico Legal (IML) também foi acionado.
Em 26 de outubro, um tio de Agata esteve na delegacia para informar que a sobrinha estava desaparecida há mais de um ano. O parente relatou que a adolescente morava com Gutenberg, que teria dito aos familiares que a jovem decidiu morar com a mãe em Itanhaém.
A mãe da garota ao ser contatada, no entanto, negou que Agata tivesse a procurado. A situação fez, portanto, que Gutenberg mudasse o discurso e contado que a filha havia fugido para Sorocaba, no interior de São Paulo, com um rapaz. Ele reforçou que, desde a saída de casa, ela não havia dado notícias ou usado as redes sociais.
Ainda de acordo com o parente, a adolescente não tinha contato com a mãe e foi abandonada com três meses. “A avó cuidava dela, sempre cuidou, mas aí esse monstro, depois da menina crescer, veio fazer inferno na vida da gente”.
O caso foi registrado como desaparecimento de pessoa, mas atualizado para homicídio na Delegacia de Ilha Comprida. A Polícia Civil segue com as investigações.
Polícia Civil acredita que pai tenha matado a filha e a enterrado no quintal da casa, no bairro Balneário Britânia, em Ilha Comprida (SP) — Foto: Rinaldo Rori/g1
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