Ao g1, a mãe da aluna, que não quis se identificar, contou que a filha chegou em casa após a aula na última segunda-feira (29) contando que o professor havia ‘pegado nela’. “Questionei e ela falou: ‘ele pegou na minha cintura’. Quando perguntei se ele tinha alisado, ela disse que não, mas sentiu a mão dele forte“.
A situação ocorreu no momento em que a menina retornava à carteira após conversar com uma colega. “Quando ela voltou [para o lugar] e, pelo fato dela estar em pé, ele parou em frente dela, pegou na cintura e falou ‘vou te dar um cascudo’ e olhou com olhar malicioso“, disse a mãe da menina.
Ainda segundo a mãe, a filha travou, ficou constrangida com a situação e sentou na cadeira. “As amigas que viram, perceberam e foram perguntar se ela estava bem”.
A estudante, de acordo com a mãe, permaneceu na sala e aguardou a troca de professores para pedir ajuda. Primeiro a menina relatou o que havia ocorrido para uma funcionária, mas essa teria dito que não se tratava de assédio, que era normal. “Ela insistiu, disse que não autorizou que ele pegasse nela”.
A funcionária levou a estudante para conversar com a vice-diretora. “Quando ela relatou, a única coisa que ela [vice-diretora] falou foi que iria conversar com o professor, e ficou por isso. Não fui chamada na escola. Eu como responsável não fui chamada“.
“Ninguém me procurou, fiz uma postagem relatando o que aconteceu sem expor [o nome do professor] e desde então estou sendo bombardeada com relatos de alunas e ex-alunas. Todo mundo sabe de quem estou falando”, disse a mãe.
Na última quarta-feira (31), a mãe foi até a escola e perguntou à diretora sobre o andamento do caso. “Ouvi da boca dela que não considerava um erro, que era uma falha, uma sucessão de falhas e só”.
“Ela [diretora] falou que iria tomar as medidas, que, se o professor não tivesse licença premium, ela iria falar para ele pegar uma licença saúde e até então é isso. Eu já fui aluna [da mesma escola] e na minha época ele era do mesmo jeito, assediava com olhares, piadinhas, insinuações. A escola não deu posicionamento nenhum, sei pelos alunos que ele não foi para a escola”, afirmou a mãe.
Ela contou que a filha não foi para a escola desde o ocorrido. “É até difícil de falar. Num primeiro momento fiquei destruída. A gente não manda filho para a escola para passar por isso, mas, ao mesmo tempo, estou com sede de Justiça. Não pode ficar por isso mesmo. Ele tem que parar, já deu o que tinha que dar, tem que pagar, não pode ficar impune”.
O caso foi registrado como importunação sexual na Delegacia de Eldorado. Segundo apurado pelo g1 com a Polícia Civil, o caso está sendo investigado.
Delegacia Sede de Eldorado, SP — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Em nota, a secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) afirmou que repudia toda e qualquer forma de assédio dentro ou fora do ambiente escolar e que a Diretoria de Ensino de Registro, responsável pela unidade, abrirá uma apuração preliminar para investigar o ocorrido.
‘Durante o processo, o professor não terá contato com os estudantes’.
A pasta afirmou, ainda, que a escola coloca à disposição da aluna, se autorizado pelos responsáveis, o atendimento pelo Programa Psicólogos na Educação e que o caso será inserido na Plataforma Conviva SP – Placon, que acompanha o registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino.
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