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Professor perde R$ 28,6 mil após ser vítima de golpe e ter conta invadida no litoral de SP

today14 de setembro de 2023

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Segundo a vítima, a Caixa Econômica Federal informou que, devido ao problema ter sido no celular dele, a quantia perdida não poderia ser ressarcida. Procurado pela reportagem, o banco não comentou o caso e apenas informou quais as medidas de seguranças que clientes devem adotar para evitar serem vítimas de golpes (leia no fim da reportagem).

“Eu fui lesado e parece que eu que sou o bandido, que estou entrando com uma ação para pegar o dinheiro que era meu. Isso não existe”, desabafou Fernando.

De acordo com o professor de educação física, o caso ocorreu quando ele estava a caminho da academia onde trabalha. “Ligaram dizendo ser da Caixa, falando que tinha PIX provisionados [agendados] para tal pessoa. Eu falei que não e desliguei”, relembrou.



No entanto, a pessoa retornou a ligação e repetiu a mesma mensagem. Fernando disse novamente que não tinha nenhum PIX agendado e, desta vez, não conseguiu desligar. Mesmo sem passar nenhum dado, ficou preocupado e resolveu entrar no aplicativo do banco durante a ligação.

“Eu não tinha acesso ao app. Quando a ligação desligou, eu tive acesso e vi que já tinham tirado tudo da minha conta corrente e da poupança. Aí eu fiquei com uma mão na frente e a outra atrás”, afirmou. Ele suspeita que os golpistas se passaram por funcionários do banco e conseguiram obter os dados dele por meio do celular.

Quando notou o prejuízo, o professor tinha acabado de chegar na academia para dar aula. Ele cumpriu o compromisso antes de tomar as providências legais. “A sala estava cheia de alunos. Comecei a dar uma aula sabendo que eu não tinha mais nada no banco”, disse.

Em seguida, Fernando registrou um boletim de ocorrência em uma delegacia eletrônica e, no dia seguinte, foi até uma agência da Caixa. O morador de Santos diz que todo o dinheiro da poupança sumiu por meio de uma única transferência e que o valor da conta corrente, inclusive do cheque especial, foi transferido por Pix para uma conta fantasma. “Na mesma hora que o dinheiro entrou, já saiu”.

Ele contestou a transação no banco e recebeu retorno por um SMS solicitando que fosse presencialmente a uma agência. “Fui no dia seguinte e a agente me informou que a Caixa negou porque foi um problema do meu celular. Como é que é problema do meu celular? Eu sou um cara todo certinho, não clico em nada, em nenhum link estranho”, ressaltou.

Fernando é cliente do banco há muitos anos, mas tentou encerrar a conta após o episódio. “Eu não posso nem fechar a conta, porque os caras além de tirarem o que eu tinha de saldo na conta, tiraram do meu limite de cheque especial. Ou seja, para eu fechar a conta, eu ainda tenho que depositar”.

O professor contou ao g1 que está em contato com advogados, pois pretende entrar na Justiça para recuperar o valor. “Quando você vai fazer uma compra via Pix ou cartão, se o valor é alto, não deixam fazer, tem que ligar para o banco para pedir autorização. Aí vem um estelionatário bandido, faz o ‘arrastão’ e ninguém fala nada”, desabafou.

Ele disse, ainda, que sempre teve o mesmo perfil na conta bancária e que utilizava o dinheiro em pequenas quantias. “De repente, zerou a poupança, a minha conta, inclusive cheque especial, e eles acham normal?”, questionou o professor, que é aposentado pela prefeitura, mas dá aulas em academias particulares.

Em nota, a Caixa disse que, para não comprometer investigações em andamento, “informações relacionadas aos casos de fraudes e golpes e às ações realizadas pela área de segurança do banco para investigar e coibir ações criminosas possuem caráter sigiloso, sendo repassadas exclusivamente às autoridades policiais e de controle”.

Ainda segundo a empresa, os critérios de segurança são aperfeiçoados constantemente. “O banco orienta que os cidadãos utilizem única e exclusivamente seus canais oficiais para buscar informações e acesso aos serviços, jamais compartilhando dados pessoais, usuário de login e senha”.

A nota indica, ainda, outros cuidados necessários para usuários, como desconfiar de mensagens, informações sensacionalistas e links, além de utilizar navegadores para acesso, adotar softwares de antivírus atualizados, entre outros. Em caso de dúvidas, os clientes podem contatar as agências ou o serviço Alô CAIXA pelos números 4004 0104 (capitais e regiões metropolitanas) e 0800 104 0104 (demais regiões).

Especialista em segurança digital

A reportagem conversou com o especialista em segurança digital Francisco das Chagas Ferreira Junior, conhecido como Junior Urban, e ele garantiu ser possível acessar de forma remota um celular e obter os dados da vítima. Entretanto, explicou se tratar de uma ação complexa.

Segundo Junior, para cair em um golpe semelhante ao relatado, a pessoa precisaria clicar em um link ou mesmo um arquivo de foto comprometido. A partir daí, sem a vítima saber, os criminosos podem clonar o aparelho e acompanhar, por exemplo, a digitação de senhas.

Com esses dados, os criminosos podem agir e acessar a conta bancária da vítima para efetuar a transferência. A ligação efetuada ao professor, diz Junior, pode ter sido um artifício para que ele não notasse a mensagem que as instituições financeiras costumam enviar após transações.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que a vítima foi orientada quanto ao prazo decadencial de seis meses para representação criminal contra a autoria. O caso foi registrado como estelionato pela Delegacia Eletrônica e encaminhado ao 3º DP de Santos.

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Todos os créditos desta notícia pertecem a G1 Santos.

Por: G1

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