Como as empresas do porto de Santos vêm utilizando combustível verde
Béatrice Dupuy abordou as ações da Santos Brasil em relação ao uso de combustíveis verdes. Ela mencionou que as tecnologias voltadas a esse tipo de energia, em sua maioria, são importadas da China, elevando os custos de aquisição. “Atualmente, as tecnologias à nossa disposição no país são escassas”, afirmou.
A empresa portuária, signatária do Pacto Global com a ONU desde 2013, tem investido na eletrificação de seu pátio com equipamentos sustentáveis. Atualmente, a Santos Brasil possui 40 guindastes portuários montados sobre pneus (RTG), movidos por energia sustentável.
Artur, Béatrice e Ricardo durante debate no painel — Foto: Reprodução/Lead MKT
A gerente executiva destacou a necessidade de as empresas se prepararem para atender navios movidos por eletricidade que deverão ancorar no porto em breve. As informações foram divulgadas durante o evento Agenda ESG, realizado pelo Grupo Tribuna.
Em síntese das palavras de Béatrice, Ricardo Esturaro enfatizou que os problemas ambientais brasileiros são de longa duração, resultantes do desinteresse do país em relação ao assunto no passado. “É preciso adotar uma perspectiva econômica que, atualmente, muitos têm dificuldade em perceber”, opinou.
Ricardo apontou que Europa, Estados Unidos e China estão investindo fortemente no mercado sustentável e que outros países devem adotar uma abordagem semelhante, tratando a sustentabilidade como uma variável econômica relevante.
Brasil na geração de combustível verde
Milton Steagall, da BBF, empresa que é a maior produtora de óleo de palma da América Latina, enfatizou que este óleo é um recurso valioso para a produção de combustível renovável, com potencial para ser 100% neutro em carbono.
Segundo ele, há 31 milhões de hectares no Brasil aptos para reflorestamento com palma, constituindo uma grande oportunidade para o país destacar-se globalmente em sustentabilidade. “Atualmente, a BBF detém 75 mil hectares plantados. Embora seja uma fração dos 31 milhões, já nos estabelece como o maior produtor individual da América Latina”, relatou.
Milton Steagall ao lado de Artur Villela — Foto: Reprodução/Lead MKT
Para o CEO da BBF, o Brasil é uma potencia agrícola, mas precisa ser melhor gerido com leis focadas no tema para avançar.
Artur Villela, por sua vez, sublinhou que o Brasil dispõe de diversas tecnologias propícias para investimento, mas enfrenta obstáculos em certos estágios.
Para ele, o desafio das empresas nacionais é adaptar a economia para atender às demandas atuais sem comprometer as gerações futuras. “O Brasil, devido à sua posição geográfica, clima tropical e abundância de sol, tem todas as vantagens para liderar essa transição. Precisamos apenas de um estímulo inicial”, concluiu.
Agenda ESG do Grupo Tribuna debate ações na Baixada Santista
Dando ênfase em aumentar a discussão da temática na região, o Grupo Tribuna está organizando o Agenda ESG 2023. O evento contará com mais dois encontros presenciais, nos quais especialistas da área debaterão o tema. As conferências são abertas ao público.
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