Carolina Ferraz, de 37 anos, acreditou que viveria uma maternidade perfeita, porém, acabou se frustrando durante a gestação da filha Laura, de cinco anos, e foi diagnosticada com baby blues, um transtorno emocional que acomete muitas mulheres no pós-parto, devido às flutuações hormonais que ocorrem nesse período.
Ao g1, a moradora de Santos, no litoral de São Paulo, disse, neste domingo (14), que se decepcionou por não ter a disposição que achou que teria durante a gestação – momento em que percebeu a necessidade de um especialista para dar apoio emocional durante esse período. Hoje, Carolina se tornou psicóloga obstétrica e já ajudou centenas de mães.
- 80% das mães apresentam sinais de baby blues, como mudança repentina de humor, uma melancolia que ocasiona, entre outras coisas, na perda de apetite e sentimentos de solidão.
“Mesmo sendo psicóloga, passei por diversos aspectos emocionais que eu não estava preparada e informada. Eu fiquei curiosa e busquei uma área da psicologia que trabalhasse com a maternidade. Na faculdade a gente não vê nada disso, só que, na prática, eu senti falta de um profissional especialista olhando para mulher nesse período da vida“, explicou Carolina.
Carolina Ferraz, de 37 anos, presta auxílio psicológico durante o parto em Santos, no litoral de São Paulo — Foto: Arquivo pessoal
O que faz uma psicóloga obstétrica?
Segundo Carolina, a psicologia obstétrica é uma área especializada em cuidar de mulheres do momento em que decidem engravidar até o pós-parto. A especialidade também auxilia em situações de perda gestacional e de luto materno e paterno.
“Quando cuidamos da mãe, estamos cuidando também desse bebê, porque o útero, a vida intrauterina, é a primeira escola de vida do bebê […]. Atuando com esses bebês ainda no útero, no futuro, serão adultos saudáveis porque mães saudáveis emocionalmente geram e criam filhos saudáveis. Nosso trabalho impacta gerações e toda a sociedade”, destacou Carolina.
Carolina contou que teve o trabalho negado em diversas maternidades da Baixada Santista. Em 2021, decidiu conversar com a coordenadora da Maternidade São Lucas de Santos para explicar o que faz uma psicóloga obstétrica e pedir autorização para participar do parto de uma paciente.
Para surpresa da psicóloga, foi convidada para trabalhar no hospital e implantou o primeiro Ambulatório de Pré-Natal Psicológico da região, através do Projeto Parto Adequado do Hospital Albert Einstein.
“Para mim é um orgulho muito grande trabalhar com mães e ajudar tantas mulheres, bebês, famílias. Cuidar do nascimento das famílias e do começo da vida é a minha maior missão e realização”, afirmou Carolina, que também presta assistência para a rede apoio das mães.
Carolina Ferraz é pioneira na especialidade de psicologia obstétrica na Baixada Santista — Foto: Reprodução/Instagram
Ao g1, a psicóloga obstétrica disponibilizou alguns dados que mostram a importância de um acompanhamento psicológico desde a tentativa de engravidar até o puerpério, período após o nascimento do bebê. Veja abaixo:
- 80% das mães apresentam sinais de baby blues: Mudança repentina de humor, perda de apetite e sentimentos de solidão
- Há 70 vezes mais chances de suicídio materno no primeiro ano após o nascimento do filho
- 25% das mulheres têm depressão pós-parto
- 20% dos casais se separam no primeiro ano após o nascimento do filho
- 15% das gestantes desenvolvem depressão gestacional, o que representa o dobro das que desenvolvem diabetes gestacional
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Por: G1
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